Um ataque das forças israelitas resultou na morte de 21 pessoas em Rafah, na Faixa de Gaza, enquanto aguardavam ajuda alimentar, de acordo com as autoridades palestinianas.
Na madrugada deste domingo, o exército israelita tirou a vida a 21 indivíduos que se encontravam à espera de alimentos em locais de distribuição de ajuda humanitária na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, conforme informado pelo governo do enclave palestiniano.
Relatos de testemunhas indicam que as forças israelitas abriram fogo contra grandes multidões a cerca de um quilómetro de um centro de ajuda gerido por uma instituição com o apoio de Israel, segundo a Associated Press.
Além das vidas perdidas, mais de 100 pessoas ficaram feridas, segundo fontes oficiais do grupo Hamas, que tem a jurisdição na região desde 2007.
Em comunicado, o governo de Gaza descreveu a situação como um "novo massacre contra civis famintos" que se congregaram em locais estabelecidos para a distribuição de ajuda.
Até ao momento, o exército israelita não fez comentários sobre o incidente, conforme relatado pela agência EFE.
De acordo com informações locais, tanques israelitas direcionaram fogo contra "todos os civis" nas proximidades de um ponto de distribuição no bairro de Tel al Sultan.
A Defesa Civil de Gaza alertou que as equipas de socorro não conseguiram aceder ao local por questões de segurança, uma vez que as forças israelitas continuavam a disparar contra as áreas adjacentes aos centros de ajuda.
No hospital Al Wada, em Nuseirat, foi reportada a morte de um cidadão de Gaza e 18 feridos, entre os quais três crianças, após outros ataques israelitas próximos da zona de Netzarim.
Segundo o governo do Hamas, "está provado pelo sangue e por testemunhas oculares, que o plano de 'distribuição de ajuda humanitária em zonas tampão' é uma tentativa mal sucedida e arriscada".
Nas últimas semanas, os pontos de distribuição geridos pela Fundação Humanitária de Gaza, com apoio dos Estados Unidos e Israel, já contabilizam 39 mortos e mais de 220 feridos, conforme as autoridades palestinianas.
Organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, têm emitido alertas sobre a grave crise alimentar que se vive em Gaza, exacerbada pelo bloqueio israelita ao enclave habitado por 2,4 milhões de pessoas.
A guerra desencadeada por ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou em cerca de 1.200 mortes e mais de 200 reféns no sul de Israel.
Das 251 pessoas sequestradas na altura, 57 permanecem em Gaza, com pelo menos 34 confirmadas como mortas, segundo as autoridades israelitas.
A resposta militar de Israel já causou mais de 54.300 falecidos, devastou a maioria das infraestruturas de Gaza e forçou a deslocação de centenas de milhares de pessoas.