Ajuda Humanitária em Gaza: EUA Consideram que Distribuição Foi Eficaz Apesar de Tragédia

A administração dos Estados Unidos classificou a recente distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza como "um sucesso", apesar de ter ocorrido um trágico tiroteio que resultou na morte de 27 pessoas. Esta situação lamentável aconteceu num centro de distribuição no sul do território, como a Cruz Vermelha confirmou.

A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, afirmou: "Conseguimos distribuir refeições, e estamos a rever a situação para identificarmos formas de melhoria", numa referência ao esforço assistencial da Fundação Humanitária de Gaza (GHF), que conta com o apoio de Washington e Telaviv.

A Casa Branca está a investigar alegações de disparos feitos por militares israelitas contra civis durante as distribuições de ajuda. A porta-voz Karoline Leavitt expressou: "Estamos cientes destes relatos e a investigar a sua validade, ao passo que não levamos o Hamas a sério, ao contrário de alguns meios de comunicação." O Hamas é o grupo que governa a Faixa de Gaza.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou o tiroteio, categorizando-o como "inconcebível", e exigiu uma investigação independente sobre o incidente, considerando inaceitável que civis percam a vida na busca de alimentos.

O Exército israelita já abriu uma investigação, mas afastou a sua responsabilidade. A porta-voz Effie Defrin afirmou que os soldados dispararam tiros de aviso contra pessoas que se aproximaram de forma suspeita. "Estamos a facilitar", disse, enfatizando que o Hamas estaria a obstruir o acesso dos residentes a pontos de ajuda humanitária.

Embora os pontos de distribuição de ajuda tenham sido estabelecidos em áreas militares israelitas para evitar a interferência do Hamas, as Nações Unidas criticaram esta abordagem, alegando que não resolve a crise de fome crescente e que permite a Israel usar a ajuda humanitária como uma arma.

O conflito na Faixa de Gaza escalou após ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultaram em cerca de 1.200 mortos e numerosos reféns em Israel. Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar que, segundo autoridades locais, já causou mais de 54 mil mortes e a devastação das infraestruturas essenciais na região.