Mundo

"Macron alerta Lula: A Rússia é o agressor no conflito com a Ucrânia"

há 1 dia

O Presidente francês pediu ao Brasil que evite equiparar os lados em conflito, enfatizando a necessidade de respeitar o direito internacional e a integridade territorial da Ucrânia.

"Macron alerta Lula: A Rússia é o agressor no conflito com a Ucrânia"

Hoje, Emmanuel Macron, o Presidente francês, solicitou ao seu homólogo brasileiro, Lula da Silva, que não faça comparações entre os combatentes da Rússia e da Ucrânia, especialmente numa altura em que o Brasil adota uma postura neutra em relação ao conflito.

Macron afirmou: "Há um agressor, que é a Rússia, e um agredido, que é a Ucrânia. Todos desejamos a paz, mas não podemos tratar as duas partes envolvidas de forma igual." Estas declarações foram feitas durante uma conferência de imprensa conjunta no Palácio do Eliseu, em Paris.

O líder francês destacou que o Brasil pode ter um "papel muito importante" na busca de uma solução pacífica, dada a sua relação próxima com o Presidente russo, Vladimir Putin, o que tem gerado incertezas nas relações com o Governo ucraniano liderado por Volodymyr Zelensky.

Por outro lado, Lula da Silva recordou que o Brasil tem fomentado esforços diplomáticos para a paz, mencionando iniciativas com países como a China. Revelou ainda que, há um mês, havia feito um apelo a Putin para participar nas negociações na Turquia, o que não se concretizou.

O Presidente brasileiro reafirmou que, desde o início do conflito, o Brasil se posicionou contra a ocupação russa da Ucrânia, manifestando o desejo de contribuir para alcançar a paz, pois "a guerra não beneficia ninguém."

Lula acrescentou: "Tive muitas conversas com o Presidente chinês [Xi Jinping] e, quando estiverem prontos para negociar a paz, o Brasil estará disponível para ajudar. No entanto, são a Rússia e a Ucrânia que devem tomar essa decisão."

Durante a conferência, o líder brasileiro criticou o funcionamento da ONU, dizendo ser "lamentável" que a organização esteja "enfraquecida politicamente" e não possa expressar a sua opinião sobre guerras. Ele destacou a necessidade de reforçar a representação no Conselho de Segurança da ONU.

Macron concordou com a importância do Brasil e da China na resolução do conflito, enfatizando que é fundamental respeitar a carta das Nações Unidas, que defende a integridade territorial das nações, e que foi violada "por um único país, a Rússia."

O Presidente francês observou: "A Rússia é a única nação que violou os direitos internacionais, e infelizmente, é membro permanente do Conselho de Segurança." Ele apelou à união de esforços entre líderes europeus, americanos, chineses, brasileiros e indianos para "pressionar a Rússia a encerrar o conflito, garantindo que uma paz sólida possa ser negociada."

Na mesma conferência, os dois Presidentes expressaram opiniões divergentes sobre um potencial acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Lula, que preside atualmente o bloco, que inclui Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, referiu que Macron exige "cláusulas de salvaguarda e cláusulas-espelho" para proteger os agricultores europeus.

Durante o primeiro dia da visita de estado de Lula da Silva a França, a primeira em 13 anos, que decorre a convite de Macron, foram assinados 20 acordos bilaterais em áreas como vacinas, segurança pública, educação e ciência e tecnologia.

Adicionalmente, Lula da Silva participa em atividades relacionadas com a Temporada França-Brasil e, na sexta-feira, receberá o título de "Doutor Honoris Causa" na Universidade Paris 8, antes de se deslocar para a terceira conferência da ONU sobre os Oceanos, em Nice, e para Lyon.

Tags:
#PazNaUcrânia #RússiaEAgressor #DiplomaciaGlobal