Cinco associados da milícia Proud Boys processaram o Governo dos Estados Unidos, alegando violação de direitos constitucionais após as suas detenções relacionadas com o ataque ao Capitólio.
Cinco integrantes da organização extremista americana conhecida como Proud Boys, incluindo o ex-líder Enrique Tarrio, intermeteram hoje uma ação judicial contra o Governo dos Estados Unidos. Os envolvidos afirmam que os seus direitos constitucionais foram comprometidos após serem acusados de participar no ataque ao Capitólio, ocorrido em janeiro de 2021.
A ação foi apresentada em tribunal federal em Orlando e inclui os nomes de Joseph Biggs, Zachary Rehl, Ethan Nordean e Dominic Pezzola. Os cinco requerem uma indemnização não especificada, acrescida de juros de 6%, bem como 100 milhões de dólares em danos punitivos, conforme reportado pela agência Associated Press (AP).
O processo denuncia a detenção sem motivo justificável e a alegação de que os agentes governamentais apresentaram provas falsas contra eles, além de detalhar as condições que enfrentaram durante anos de prisão preventiva, frequentemente em isolamento.
No documento, é referido que “os autores não obstruíram os procedimentos no Capitólio, não danificaram propriedade pública, não resistiram a detenções e não planejaram ou instruíram outros a cometerem atos de violência”.
Tarrio, Biggs, Rehl e Nordean foram condenados por conspiração sediciosa devido à sua envolvência na insurreição de 6 de janeiro de 2021, enquanto Pezzola foi absolvido da conspiração, mas condenado por roubar um escudo antimotim de um agente da polícia para partir uma janela. Este tumulto teve como pano de fundo a tentativa de bloqueio da certificação da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020, provocada por simpatizantes de Donald Trump.
Após a sua volta ao cargo no início deste ano, Trump concedeu perdão a quase todos os que participaram na invasão do Capitólio. Em várias declarações, sugeriu que membros de milícias como os Proud Boys e Oath Keepers poderiam futuramente engajar-se na política americana.
Até antes do ataque, os Proud Boys eram conhecidos pelas suas confrontações com ativistas antifascistas. Tarrio, que já recebeu um perdão, e os outros quatro co-autores solicitaram também anistia em 13 de maio.
No início de maio, Enrique Tarrio partilhou na plataforma social X que teve um encontro com Donald Trump. Na propriedade de Mar-a-Lago, Tarrio mencionou ter tido uma “excelente conversa” com o ex-presidente, que o convidou a ele e à sua mãe para um jantar. Um funcionário da Casa Branca confirmou que o encontro ocorreu, embora não tenha sido planeado, tendo surgido de uma apresentação a Trump.