O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, manifestou-se positivo em relação a um possível acordo para a paz na Ucrânia, oferecendo a ajuda do Brasil e de outros países do sul global.
Durante uma conferência de imprensa que marcou o fim da sua visita a França, Luiz Inácio Lula da Silva expressou a sua convicção de que a paz na Ucrânia pode estar ao alcance, mesmo que os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky enfrentem dificuldades em comunicar os limites do conflito aos seus cidadãos.
Lula observou que "não se tem tudo o que se quer, mas sim o que é possível", enfatizando que ambos os líderes compreendem quais são as opções viáveis. Quando questionado sobre um possível acordo que pudesse legitimar a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, o presidente brasileiro assinalou que não cabe a ele determinar as condições da paz, mas sublinhou a necessidade de uma abordagem realista para o conflito.
Ele destacou que, enquanto Putin pode não desejar abandonar a Crimeia, Zelensky não está disposto a aceitar a perda de certos territórios. Lula reafirmou que o Brasil está "à disposição" para ajudar as partes envolvidas a encontrar um entendimento, juntamente com outros países do sul global, e pediu que a ONU reassuma um papel central na busca pela paz.
O presidente também justificou o convite a Putin para participar da cimeira do BRICS em julho, recordando que o líder russo foi um dos fundadores deste grupo em 2006, que passou a ser BRICS com a inclusão da África do Sul em 2011, e tem vindo a expandir-se com novos membros.
Apesar de reconhecer que a perspetiva europeia sobre a guerra pode ser distinta da sua, Lula reafirmou a sua crítica à invasão russa, reiterando a importância desse posicionamento.
Após a sua estadia em Paris, onde deu início a uma visita de Estado, Lula seguira para o Mónaco para participar no Fórum sobre a Economia Marítima e, posteriormente, para Nice, onde estará presente na cimeira da ONU sobre os oceanos.