A bolsa de Nova Iorque fechou em queda, alimentada pela ameaça de Donald Trump de impor pesadas taxas alfandegárias às importações da UE e à Apple.
A sessão de hoje em Wall Street terminou de forma negativa, com o índice Dow Jones Industrial Average a descer 0,61%, o Nasdaq a recuar 1,00% e o S&P 500 a registar uma desvalorização de 0,67%.
A escalada das preocupações sobre tarifas alfandegárias foi claramente sentida no mercado, conforme destacou Peter Cardillo, da Spartan Capital Securities, ao afirmar que “Donald Trump renovou os receios sobre as taxas.”
O ex-presidente demonstrou frustração com as atuais negociações comerciais com a União Europeia, as quais considera estagnadas, sugerindo a imposição de tarifas de 50% a partir de 1 de junho sobre produtos importados da UE.
Trump manifestou também a sua opinião nas redes sociais, afirmando que “a UE foi criada para tirar proveito dos EUA do ponto de vista comercial.” Estas declarações impactaram o mercado, levando os investidores a afastarem-se de ativos mais arriscados, conforme notou Jose Torres, da Interactive Brokers.
Apesar de uma ligeira recuperação em relação aos níveis mais baixos da sessão, a insegurança em torno da guerra comercial perpetuada por Trump persiste. O ex-presidente também mencionou que a Apple enfrentará tarifas de pelo menos 25% caso não fabrique os seus iPhones em solo norte-americano. Segundo Cardillo, “esta situação prejudicou as ações da Apple, que encerraram com uma perda de 3,02%.”
Contudo, muitos analistas consideram que a ideia de uma produção total nos EUA é pouco viável a curto prazo. Os analistas do Bank of America referiram que “é viável estabelecer a montagem final nos EUA, mas implementar toda a cadeia de abastecimento seria um projeto extremamente complexo que levaria anos, se fosse possível.”
Com o fim de semana prolongado à porta, os investidores preparam-se para um feriado na próxima segunda-feira nos EUA.