Ventura acredita que repetirá sucesso contra PSD e PS

No seguimento de eleições legislativas inesperadas, Paulo Portas partilhou a sua visão sobre o crescimento do partido Chega e o impacto que isso pode ter na política portuguesa. Segundo o ex-vice-primeiro-ministro, "a situação é, sobretudo, gerível", mas ressalta que exigirá um esforço significativo do novo Governo liderado por Luís Montenegro.

"André Ventura, o novo líder da oposição, está convicto de que, assim como conseguiu 'fritar' o PS, fará o mesmo com o PSD", afirmou Portas durante a sua análise na CNN Portugal.

Portas considera que Luís Montenegro terá que apresentar uma abordagem política "com muito mais iniciativa", uma vez que, sendo o seu Governo minoritário, "terá de negociar com todos os setores".

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros alerta que o líder do Chega, devido ao seu recente sucesso, estará sob um escrutínio mais rigoroso, especialmente nas áreas económica e social, e sublinha que muitos não percebem completamente as implicações do programa económico do Chega. "O plano de Ventura, que poderia levar o superávit atual a um défice de pelo menos 8,5% e, em algumas interpretações, até a 14%, seria pior do que o governo de José Sócrates", ressaltou.

Portas revela-se cético quanto à racionalidade dos eleitores contemporâneos e identifica uma parte do digital que apela aos instintos humanos em detrimento da lógica. No entanto, manifesta confiança de que Luís Montenegro conseguirá estabelecer "um Governo mais estável e durável", reforçando que "a AD é uma marca vencedora quando se apresenta a eleições".

Sobre o futuro do PS, Portas acredita que o partido "apenas precisa de tempo" e observa que "só voltará a considerar eleições antecipadas quando tiver a certeza de superar o Chega".