Ventura apela a Montenegro para que rompa com o PS

André Ventura, presidente do Chega, lançou um desafio ao líder do PSD, Luís Montenegro, para que considere um "corte com o PS". Ventura enfatizou que a responsabilidade recai agora não apenas sobre o Chega, mas também sobre o primeiro-ministro, questionando se este estará predisposto a afastar-se do PS, especialmente face ao facto de o partido ser agora o terceiro mais votado em Portugal.

O líder do Chega sublinhou que a direcção do PSD deve clarificar a sua posição sobre a possibilidade de se distanciar do PS. Ventura argumentou que a maioria que os cidadãos deram à direita nas últimas eleições não só é válida como é também uma oportunidade para alterar a Constituição, revelando uma visão que inclua todos e não apenas alguns.

Adicionalmente, Ventura ponderou sobre a escolha entre continuar a perpetuar um "status quo" entre os partidos ou impulsionar uma mudança significativa na dinâmica política do país. Em conferência de imprensa na Assembleia da República, o dirigente do Chega respondeu ainda a declarações de José Luís Carneiro, candidato à liderança do PS, que defendeu que a Aliança Democrática deve dialogar com o PS nas revisões constitucionais. Ventura interpretou essa posição como um sinal de desespero por parte do PS, que procura agarrar-se a um poder que se sente a escorregar entre os dedos.

Embora ainda se aguardem os resultados finais da contagem dos votos dos emigrantes nas eleições de 18 de maio, que determinará qual é a segunda força parlamentar, Ventura afirmou que tem havido comunicação entre as direcções parlamentares de ambos os partidos. Segundo ele, isso constitui um "passo importante" para definir a estrutura política do país nos meses seguintes. Ele salientou que "é crucial entender como ficará o cenário político, dado que é um paradigma diferente se o PS se mantiver como líder da oposição ou se o Chega ascender a tal posição".