A ULS Santa Maria enfrenta uma queixa após uma utente ter sido medicada para uma anemia que não apresentava, levando a Entidade Reguladora da Saúde a intervir.
A Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria está sob investigação depois de uma utente ter apresentado uma queixa, datada de 9 de dezembro de 2023. A reclamação, agora divulgada no relatório das deliberações da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), relata que, durante um episódio de urgência, a paciente foi tratada para anemia, a qual não possuía, devido a uma troca de relatórios de análises clínicas.
A ULS explicou que, em resposta à denúncia, consultou os profissionais que estavam de serviço no Laboratório de Urgência. Estes reconheceram que a noite em questão foi marcada por uma pressão excessiva devido ao elevado número de doentes, com esperas a ultrapassarem a uma hora. Apesar disso, a unidade afirmou que "não houve anomalias" no turno e que a situação relatada foi considerada "absolutamente excecional".
Em um comunicado, a unidade hospitalar pediu desculpas à utente e expressou gratidão pela reclamação, que possibilitou uma revisão dos procedimentos e a implementação de medidas de segurança adicionais. A ERS indicou que a ULS Santa Maria deve garantir o cumprimento rigoroso dos direitos dos utentes e dos procedimentos internos referentes às análises clínicas.
Além disso, o relatório da ERS também menciona uma queixa no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, onde uma utente, que aguardava cirurgia ortopédica desde 20 de outubro de 2021, só teve acesso ao procedimento em 3 de dezembro de 2024, sem informações concretas sobre a data da cirurgia ou medidas para resolver a situação.
Adicionalmente, a ERS intimou a ULS Amadora/Sintra a anular faturas de um utente desempregado, que em 21 de junho de 2024, solicitou cuidados de saúde, estando isento do pagamento de taxas moderadoras. Foi exigida a devolução de 18 euros por violação dos seus direitos.
Ainda foi registrada uma queixa contra a ULS Santo António, no Porto, onde foi negado o acompanhamento de um utente com capacidade reduzida, controversa que levou a ERS a afirmar que, apesar dos constrangimentos, não se pode concluir que a unidade hospitalar tenha descumprido a legislação vigente, uma vez que não foram dadas informações sobre as medidas decretadas.