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Refugiados do Sudão do Sul enfrentam iminente crise de saúde na Etiópia

há 8 horas

Médicos Sem Fronteiras alerta para a possibilidade de uma catástrofe sanitária entre os refugiados do Sudão do Sul na Etiópia, devido à cólera e desnutrição severa.

Refugiados do Sudão do Sul enfrentam iminente crise de saúde na Etiópia

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) expressou hoje a sua preocupação com a situação crítica dos refugiados do Sudão do Sul que conseguiram escapar para a Etiópia, alertando para um risco sério de crise sanitária.

Em particular, a MSF destacou a propagação de cólera e a alarmante taxa de desnutrição entre os recém-chegados. O Sudão do Sul, que se tornou independente do Sudão em 2011, foi abalado por um conflito civil entre 2013 e 2018. Desde então, a situação na região permanece instável, com confrontos recentes entre as forças do Presidente Salva Kiir e do vice-Presidente Riek Machar, que se encontra detido.

Estima-se que entre 35 mil e 85 mil refugiados tenham chegado à cidade etíope de Mattar, localizada a uma curta distância da fronteira. As infraestruturas locais, já fragilizadas, estão a ser incapazes de suportar esta onda de pessoas necessitadas, o que eleva o risco de surtos de doenças transmitidas pela água, como cólera e diarreia, tornando a possibilidade de uma catástrofe sanitária ainda mais real.

A MSF revelou que já tratou cerca de 1.200 pacientes afetados por cólera e malária, com mais de 40% dos testes de rastreio da malária a resultarem positivos. Além disso, quase 7% das crianças com menos de cinco anos apresentaram sinais de desnutrição aguda e grave.

Os serviços médicos foram transferidos da cidade de Burbeiye, na fronteira com o Sudão do Sul, para Mattar, face à crescente violência entre o exército sul-sudanês e grupos opositores. Desde fevereiro, a MSF já recebeu mais de 200 feridos de guerra em Burbeiye.

A organização fez um apelo às partes conflitantes no Sudão do Sul para a criação de zonas seguras que garantam a protecção de civis e profissionais de ajuda humanitária. Além disso, os Médicos Sem Fronteiras instaram a comunidade internacional a aumentar a ajuda humanitária, uma vez que em Mattar "falta abrigo, água e cuidados médicos adequados para os que fogem da violência."

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