Candidatos a líderes europeus manifestaram preocupação com as tarifas de 50% ameaçadas por Trump, sublinhando o impacto negativo nas economias transatlânticas.
As ameaças do presidente dos EUA, Donald Trump, de impor tarifas de 50% sobre produtos europeus a partir de 1 de junho têm gerado forte indignação e apreensão entre os países da Europa.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Johann Wadephul, expressou a sua desaprovação, afirmando que tais medidas só trarão prejuízo para ambos os lados do Atlântico. “Essas tarifas não ajudam ninguém. Apenas deterioram as economias dos dois mercados”, declarou Wadephul durante uma conferência de imprensa em Berlim.
De Paris, Laurent Saint-Martin, ministro delegado francês do Comércio Externo, apelou à desescalada do conflito, mas insistiu que a União Europeia está pronta para responder à iniciativa norte-americana. “As novas ameaças de Trump não são benéficas durante este processo de negociações com os Estados Unidos. Mantemos a mesma postura: buscamos uma desescalada, mas estamos preparados para agir”, comunicou Saint-Martin nas redes sociais.
O primeiro-ministro irlandês, Michéal Martin, reforçou a gravidade da situação, afirmando que as tarifas poderão "prejudicar seriamente" as relações comerciais entre a UE e os EUA e lamentou as ameaças proferidas por Trump. “Essas tarifas não só aumentarão os preços como também afetarão uma das relações comerciais mais dinâmicas e significativas do mundo”, sublinhou.
A Irlanda, que abriga as sedes europeias de várias gigantes tecnológicas norte-americanas, beneficia do seu sistema fiscal atrativo, o que torna as medidas ainda mais preocupantes para o país.
Ainda sem comentários da Comissão Europeia, foi anunciado que haverá uma conversa com Washington sobre a questão. As ameaças de Trump já começaram a causar reações nos mercados, com quedas significativas nas bolsas da Europa e dos EUA.
Na sua declaração, Trump expressou a sua impaciência face às negociações comerciais em andamento com a UE, afirmando que estas “não estavam a conduzir a lado nenhum”.