Em um movimento significativo, os EUA e a UE formalizam a suspensão de sanções à Síria, abrindo caminho para novos investimentos e cooperação internacional após a queda do regime de Assad.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje o levantamento formal das sanções à Síria, uma decisão que coincide com a intenção do Presidente Donald Trump de apoiar a nova administração do país, liderada por Ahmad al-Charaa, ex-líder jihadista.
Scott Bessent, secretário do Tesouro, destacou que o governo está a implementar autorizações para incentivar investimentos na região, ajudando assim a revitalizar a economia síria.
Paralelamente, o Departamento de Estado dos EUA retirou a isenção de uma lei sancionatória de 2020, a qual impunha severas restrições a entidades que colaborassem com o regime anterior de Bashar al-Assad, deposto em dezembro de 2024 por uma coligação de forças islâmicas.
A medida, segundo o comunicado oficial, "facilitá a exploração do potencial da Síria por aliados e parceiros", enquanto reflete um esforço mais amplo dos EUA para eliminar sanções relacionadas a abusos de direitos humanos cometidos pelo regime de Assad.
O embaixador americano na Turquia, Tom Barrack, foi nomeado hoje como enviado especial para a Síria, com o objetivo de monitorizar o processo de transição implementado pelas novas autoridades sírias.
Washington espera que al-Charaa promova as reformas necessárias para alcançar a visão de Trump de um Médio Oriente próspero e de uma Síria estável, bem como em paz com os seus vizinhos.
Após quase 14 anos de guerra civil, a Síria encontra-se numa nova fase, impulsionada pela recente mudança de governo.
De forma semelhante, a União Europeia também anunciou o levantamento das sanções económicas restantes impostas ao país, com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sírio a considerá-las um marco nas relações entre a Síria e o bloco europeu.
O ministério sírio expressou gratidão pela ajuda da UE no processo de reconstrução pós-conflito, sublinhando a necessidade de apoio à recuperação da infraestrutura devastada e à economia desgastada do país.
A decisão do bloco europeu focou-se em melhorar a cooperação política e de segurança, embora as sanções dirigidas aos responsáveis por abusos de direitos humanos continuam em vigor.
Essas ações estão em linha com a abordagem inicial da UE, que já tinha começado a desmantelar restrições nos setores de energia e transporte em janeiro, optimizando assim as relações comerciais e diplomáticas na região.