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Guterres defende respeito pelo direito internacional em ajuda a Gaza

há 7 horas

O secretário-geral da ONU reafirma a necessidade de respeitar o direito internacional e critica a falta de apoio humanitário em Gaza, onde milhões enfrentam a fome.

Guterres defende respeito pelo direito internacional em ajuda a Gaza

No centro das declarações de António Guterres, na sede da ONU em Nova Iorque, está a situação extrema que os palestinianos em Gaza estão a viver, a qual qualificou como “a fase mais cruel deste conflito”. O acesso a ajuda humanitária tem sido severamente limitado, com Israel a bloquear a entrada de fornecimentos essenciais por quase 80 dias, deixando toda a população em risco de fome.

Guterres afirmou que “as famílias estão a passar fome e a serem roubadas do mínimo necessário”, e lembrou que Israel possui responsabilidades sob o direito internacional humanitário devido à sua condição de potência ocupante.

Apesar da devastação e das perdas humanas abismais, o secretário-geral sublinhou que a ONU não irá envolver-se em “esquemas” que desrespeitem as normas internacionais e os princípios de humanidade. A organização já tinha rejeitado um plano alternativo, apoiado pelos EUA e por Israel, que colocaria Telavive no controlo da distribuição de ajuda em Gaza.

Tom Fletcher, responsável pela coordenação humanitária da ONU, chamou o plano proposto por Israel de “um espetáculo cínico”, destacando que a verdadeira assistência deve ser feita diretamente por entidades imparciais.

António Guterres enfatizou que a ONU tem um plano robusto em cinco etapas para entregar ajuda à população necessitada, apoiado por Estados-membros. Este plano inclui inspeção e verificação da carga, transporte e preparação da ajuda, e é fundamentado em princípios de humanidade e imparcialidade.

O secretário-geral revelou que, embora tenham conseguido trazer 400 camiões para Gaza recentemente, apenas 115 foram efetivamente descarregados, e a situação no norte permanece crítica. “As necessidades são enormes”, mencionou, alertando para as severas restrições que ainda são impostas.

O governo israelita anunciou, contudo, a entrada de 107 camiões da ONU e da comunidade internacional na Faixa de Gaza, onde a guerra contra o Hamas persiste desde outubro de 2023. Os desafios durante a distribuição de ajuda estão a aumentar, com frequentes queixas de que a assistência fornecida é manifestamente insuficiente, exacerbada por atos de pilhagem devido ao desespero da população.

A ONU avisou que dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza enfrentam risco de fome severa, com a ajuda atual a não atingir o volume necessário para suprir as carências de um território que antes da guerra recebia uma média diária de 500 camiões com produtos essenciais.

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#GazaEmCrise #DireitoInternacional #AjudaHumanitária