Trabalhadores da Nobre realizam 21.ª greve em dois anos devido à falta de negociações

No dia de hoje, os trabalhadores da Nobre, sediada em Rio Maior, iniciaram a sua 21.ª greve em um período de dois anos, devido à recusa da empresa em negociar o caderno reivindicativo apresentado no início do ano, conforme informou o sindicato SINTAB.

A paralisação conta com uma adesão de cerca de 90%, segundo relatos da delegada sindical Inês Santos, que destacou que "num universo de 600 trabalhadores, menos de 40 estavam presentes na fábrica". Este cenário de greves quase mensais tem sido consequência da falta de diálogo por parte da Nobre Alimentação.

Inês Santos, representante da União dos Sindicatos, participou em maio de um comitê europeu em Espanha, mas não observou abertura para negociações por parte do grupo. No início deste mês, durante um plenário, os trabalhadores decidiram solicitar a intervenção da Direção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) para facilitar as negociações, uma vez que a empresa declarou a sua intenção de não discutir qualquer parte do caderno reivindicativo.

Entre as reivindicações para 2025, destacam-se a exigência de um aumento salarial de 150 euros e uma revisão do subsídio de alimentação, que atualmente é de 5,50 euros, propondo-se um aumento para oito euros. Além disso, pretendem o reajuste das diuturnidades, que deixaram de ser pagas em 2016 e foram reimplementadas no ano passado com valores inferiores aos devidos.

Em resposta à Lusa, a Nobre Alimentação confirmou a paralisação, reconhecendo o impacto na atividade diária da fábrica, e reiterou o seu compromisso de manter um diálogo regular para encontrar soluções equilibradas para o futuro.

O SINTAB anunciou que uma nova greve está agendada para o dia 11 de julho.