Economia

"Marcelo Rebelo de Sousa contrapõe papéis de Centeno e Montenegro"

há 2 horas

O Presidente da República esclareceu as funções do governador do BdP e do primeiro-ministro, destacando a necessidade de equilibrar prudência económica e responsabilidade social.

"Marcelo Rebelo de Sousa contrapõe papéis de Centeno e Montenegro"

Durante uma visita a Lagos, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou as diferentes responsabilidades do governador do Banco de Portugal (BdP), Mário Centeno, e do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Segundo o chefe de Estado, enquanto Centeno foca na prevenção económica, é papel do Governo tomar decisões que beneficiem a sociedade, especialmente quando existe folga orçamental.

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu a preocupações recentes de Centeno sobre o crescimento da despesa pública e a possibilidade de regressão aos défices orçamentais. O Presidente salientou que o BdP tem sempre uma abordagem preventiva e crítica, referindo que Centeno já expressou preocupações sobre o aumento das despesas sociais e saúde.

O Presidente também frisou que, num período de incerteza económica, é crucial que o Governo não deixe de investir em áreas sociais, mesmo quando se deve agir com prudência financeira. "É necessário perceber a situação da saúde e da habitação", afirmou.

Sobre a aparente divergência nas opiniões de Centeno e Montenegro, Marcelo declarou que ambos têm razão, ainda que abordem questões distintas. "O governador está certo ao alertar para a imprevisibilidade global, que leva as pessoas a poupar e a adiar investimentos", disse.

O chefe de Estado recordou ainda que o impacto da instabilidade económica se fez sentir em Portugal logo após a entrada de Donald Trump na presidência dos EUA, afetando o consumo e os investimentos.

No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu também o trabalho do primeiro-ministro, que tem tentado gerir a situação da melhor forma possível, após um ano anterior positivo e com a recuperação do turismo. "Algumas exportações estão a resistir", observou, sublinhando a importância do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para impulsionar investimentos.

Concluindo, o Presidente afirmou que o Banco de Portugal prevê que Portugal pode encontrar formas de equilibrar a sua economia interna, continuando a resistir às pressões externas.

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