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Cuidado com os dados partilhados: alerta da PJ sobre sistemas de inteligência artificial

há 9 horas

Luís Afonso, inspetor-chefe da PJ, adverte para os riscos da partilha de informações pessoais em sistemas de IA, destacando investimentos da polícia na área da cibersegurança.

Cuidado com os dados partilhados: alerta da PJ sobre sistemas de inteligência artificial

O inspetor-chefe da Polícia Judiciária, Luís Afonso, lançou um aviso importante sobre a prudência necessária ao partilhar informações em sistemas de inteligência artificial (IA). Em entrevista à Lusa, enfatizou que, embora os assistentes de IA sejam ferramentas úteis, é fundamental ter cautela com os dados inseridos, especialmente os pessoais.

“É crucial ter cuidado com as informações que colocamos nessas plataformas, como extratos bancários ou registos médicos, que as pessoas podem tentar submeter para obter análises alternativas,” alertou Afonso, sublinhando que uma vez que o dado é partilhado, pode permanecer em servidores indefinidamente.

O inspetor-chefe mencionou o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD), mas observou que as diretrizes existentes são insuficientes para proteger os dados utilizados em assistentes de IA, especialmente quando as regras variam em diferentes regiões globeais, como a Europa e a China.

“Quando enviamos informações para assistentes sediados em países que podem não ser favoráveis, o risco aumenta consideravelmente. Na Europa, temos alguma confiança, mas com tecnologias de outros países, é difícil garantir a segurança dos nossos dados,” afirmou.

Com a implementação crescente de IA, Luís Afonso destacou que a experiência da PJ está a evoluir, com um forte investimento na formação de equipas especializadas. “Estamos totalmente empenhados em garantir que a polícia não fique atrás dos criminosos, investindo em recursos formativos e tecnológicos,” disse.

Além disso, o inspetor-chefe sentiu a necessidade de preparar as equipas para lidar com os novos desafios que a IA traz para a criminalidade, como as 'deepfakes' e a pornografia infantil, áreas em que a tecnologia pode dificultar a investigação.

“A capacidade de uma IA criar conteúdos reais em qualidade impressionante gera um jogo de gato e rato entre quem cria e quem tenta detectar. Será uma corrida contínua para encontrar soluções eficazes contra criminosos que podem usar essas tecnologias em benefício próprio,” concluiu Luís Afonso.

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#InteligenciaArtificial #SegurancaDigital #Cibercrime