Marchas patrióticas marcam disputa acirrada pela presidência polaca

Hoje, dezenas de milhares de cidadãos polacos convergiram para Varsóvia, demonstrando apoio a duas visões diametralmente opostas no decorrer da campanha para as eleições presidenciais, cujo segundo turno ocorrerá a 1 de junho.

À frente de uma das marchas, Rafal Trzaskowski, presidente da Câmara de Varsóvia e defensor da integração europeia, prometeu lutar por uma Polónia inclusiva, amiga dos direitos ao aborto e da comunidade LGBTQ+. O político, de 53 anos, é aliado de Donald Tusk, atual primeiro-ministro e líder de um governo coligado centrista.

Durante o seu discurso, Trzaskowski delineou uma visão optimista para o futuro, expressando o desejo de impulsionar a indústria polaca e transformar o país numa relevante potência económica e militar no cenário regional.

Noutra parte da cidade, Karol Nawrocki, historiador conservador e ex-pugilista de 42 anos, dirigiu-se aos seus seguidores, defendendo os valores tradicionais que muitos polacos consideram essenciais. Apoiado pelo partido Lei e Justiça, que governou entre 2015 e 2023, Nawrocki é atualmente diretor do Instituto de Memória Nacional, a instituição Estatal conhecida por promover uma narrativa nacionalista da história da Polónia.

Os apoiantes de Nawrocki veem-no como símbolo de um regresso aos valores tradicionais e patrióticos, semelhante ao discurso do ex-presidente norte-americano Donald Trump. O candidato fez questão de afirmar que se identifica com as dificuldades do quotidiano dos cidadãos: "Sou um polaco que compreende as dificuldades da vida quotidiana", disse, garantindo estar pronto para ser "a vossa voz".