Trabalhadores dos Transportes Urbanos de Coimbra iniciam greve de cinco dias a partir de segunda-feira, criticando a falta de progressos nas negociações com o Governo.
A greve nos Transportes Urbanos de Coimbra, que se estenderá por cinco dias a contar de segunda-feira, foi determinada em plenário realizado na terça-feira. Os trabalhadores acusam o Governo de não avançar nas negociações, vendo esta movimentação como uma luta política ao invés de uma ação sindical.
O período de greve, que se prolonga até o dia 30, dá continuidade a um histórico de paralisações, começando por uma interrupção de dois dias em fevereiro e uma de três em março. A greve de abril anterior foi suspensa em virtude da convocação de uma reunião que, na altura, se destinava a discutir as reivindicações dos trabalhadores.
A coordenadora regional do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Luísa Silva, revelou à Lusa que a decisão de retomar a greve se tornou necessária, uma vez que a recente reunião com o Governo durou menos de uma hora e não trouxe quaisquer soluções para os trabalhadores. Os funcionários têm solicitado melhorias salariais e a reposição das suas carreiras.
Luísa Silva observou que, desde a última reunião, em 17 de março, o tempo que transcorreu até uma nova reunião foi excessivo, ressaltando a importância de se avançar com as negociações antes das eleições. Informou ainda que na terça-feira, os trabalhadores e representantes sindicalistas seguirão para Lisboa para uma reunião com o Ministério das Finanças. A possibilidade de cancelar os restantes três dias da greve será ponderada com base nos resultados dessa reunião.
O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, expressou a sua surpresa pela convocação da greve, justificando que a reunião não foi realizada devido a uma situação de apagão e não por falta de vontade. Ele salientou que a Câmara está a trabalhar para solucionar os problemas, oferecendo um subsídio de 15% do vencimento base dos motoristas, o que representaria um esforço financeiro considerável por parte da autarquia.
José Manuel Silva notou ainda que a negociação estava a avançar positivamente e fez um apelo à união em prol das soluções que beneficiem a população, especialmente os mais necessitados. A greve dos trabalhadores dos SMTUC será a terceira deste ano, somando-se a duas anteriores, enquanto a luta prossegue em direção a um total de 40 dias de paralisação até setembro, mês das eleições autárquicas.