O ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros sugere um embargo às armas destinadas a Israel e a suspensão do Acordo de Associação da UE como parte de um esforço pela paz em Gaza.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha, José Manuel Albares, expressou hoje durante a cimeira do Grupo de Madrid a proposta de um embargo total à venda de armas a Israel, com o intuito de interromper a guerra em Gaza. Albares defendeu também a suspensão imediata do Acordo de Associação entre a União Europeia (UE) e Israel.
Ao abrir a cimeira que reúne representantes de 20 países europeus e árabes, entre os quais Portugal, o chefe da diplomacia espanhola enfatizou: "É imperativo que todos nós implementemos um embargo de armas. As vendas de armamento a Israel não podem continuar." Ele fez um apelo à revisão das sanções individuais que cada Estado e a UE têm em vigor.
O ministro recordou que Espanha já aplica há algum tempo estas sanções e pediu uma colaboração mais estreita entre os países para implementar medidas eficazes, não excluindo a possibilidade de novas sanções. Durante a reunião, Albares também manifestou a intenção de incentivar o reconhecimento ampliado do Estado palestiniano pelos membros da comunidade internacional, destacando o passo que a Espanha deu nesse sentido um ano atrás.
Além disso, alertou para a necessidade de facilitar a ajuda humanitária em Gaza através de uma resolução da ONU em conjunto com a Palestina. "O objetivo comum de todos nós, que nos encontramos aqui, é o fim desta guerra injusta e desumana de Israel em Gaza," afirmou.
A cimeira serviu também para reforçar a urgência de quebrar o ciclo de violência entre palestinianos e israelitas, clamando por uma solução de paz que envolva o reconhecimento da Palestina. O ministro norueguês, Espen Barth Eide, destacou que "findar o conflito é muito mais que pôr termo à guerra atual".
Por parte de Portugal, o ministro Paulo Rangel caracterizou a situação em Gaza como uma "catástrofe total" e considerou a reunião um momento crucial na preparação da conferência sobre a solução de dois Estados marcada para 18 de junho em Nova Iorque. Outros líderes, como o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Mohamed Mustafa, e o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abdulrahman Al-Thani, também sublinharam a necessidade urgente de fazer cessar as hostilidades e fomentar o respeito pelos direitos humanos em Gaza.
Desde o início do conflito em outubro de 2023, o impacto devastador da guerra resultou em mais de 53 mil mortos e um significativo número de feridos na Faixa de Gaza, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, corroborados pela ONU. A resposta israelita ao ataque do Hamas também causou a morte de mais de mil civis israelitas.