A assembleia anual do Banco Africano de Desenvolvimento começa na segunda-feira com a participação de países lusófonos e a eleição de um novo presidente em foco.
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) dá início, na próxima segunda-feira, a mais um encontro anual, desta vez em Abidjan, na Costa do Marfim, que se estenderá até sexta-feira. Este evento contará com a participação dos países africanos de língua portuguesa, assim como de Portugal e Brasil, membros do grupo de Estados associados.
Após dois mandatos, Akinwumi Adesina deixa a presidência do BAD, tendo contribuído para a criação do Compacto Lusófono, um novo instrumento de financiamento destinado a países de língua portuguesa. Durante a sua liderança, o banco apoiou projetos significativos, como o parque tecnológico de Cabo Verde, a área energética em Moçambique e iniciativas agrícolas e sociais em Angola.
Estão a concurso cinco candidatos para a sua sucessão: Amadou Hott (Senegal), Samuel Maimbo (Zâmbia), Sidi Tah (Mauritânia), Abbas Tolli (Chade) e Bajabulile Tshabalala (África do Sul), vice-presidente que se destaca como a única mulher neste processo eleitoral.
Com currículos que evidenciam sólida experiência em economia e finanças, estes candidatos desempenharam funções em altos cargos governamentais, instituições financeiras internacionais e no setor privado. A eleição acontecerá na quinta-feira, durante a Assembleia de Governadores, que faz parte do programa desta reunião anual.
Além disso, o Presidente de Angola, João Lourenço, será distinguido, na quarta-feira, com o prémio "Africa Road Builders", que homenageia líderes africanos que contribuíram para o desenvolvimento das infraestruturas no continente. Lourenço sucederá aos líderes Teodoro Obiang da Guiné Equatorial e Denis Sassou-Nguesso do Congo.
Planeia-se que a assembleia do BAD, estruturada para receber mais de 6.000 participantes, incluindo líderes de Estado, ministros das finanças, governadores de bancos centrais e representantes da sociedade civil, debata o tema "Aproveitar ao máximo o capital humano de África para promover o seu desenvolvimento". Serão também abordadas questões como transformação digital, boas práticas de governação e fortalecimento institucional.
O BANQUE preparou uma agenda que busca identificar oportunidades e implementar políticas que transformem as riquezas de África — sejam humanas, naturais, financeiras ou comerciais — no motor que impulsionará economias mais inclusivas e resilientes nas próximas décadas. O objetivo é, assim, alavancar fluxos de capital externo por meio de várias parcerias, respondendo às crescentes necessidades de financiamento do desenvolvimento africano.
O Grupo Banco Africano de Desenvolvimento é a principal instituição de financiamento do desenvolvimento em África, contando com 81 Estados-membros, entre os quais 53 africanos e 28 de fora do continente.