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Crise Humanitária no Aeroporto de Madrid: Centenas em Situação de Vulnerabilidade

há 2 horas

Centenas de pessoas, algumas com emprego, dormem diariamente no aeroporto de Madrid, despertando preocupações entre sindicatos e ONGs sobre as condições em que vivem.

Crise Humanitária no Aeroporto de Madrid: Centenas em Situação de Vulnerabilidade

Milhares de indivíduos encontram refúgio no aeroporto de Madrid, manifestando uma situação de vulnerabilidade severa que não passa despercebida. Com a atenção de sindicatos, organizações não-governamentais (ONGs) e da Provedoria de Justiça de Espanha, a situação tornou-se "delicada e grave".

Recentemente, as redes sociais têm exposto imagens de vários terminais do aeroporto, mostrando longas filas de pessoas a dormir ou a serem redirecionadas para áreas de menor movimento. Esta crescente crise transformou os trabalhadores de AENA, a entidade que gere o aeroporto, e os governos nacional e local em protagonistas de um intenso jogo de responsabilidades.

Estudos realizados pelo sindicato ASAE e uma ONG ligada à Caritas revelam que entre 400 a 500 pessoas dormem no aeroporto. Destes, 38% sai de manhã para trabalhar e retorna ao aeroporto à noite, incapazes de aceder a uma habitação adequada. A maioria são homens (78%) e uma grande parte (74%) são estrangeiros, embora 45% resida em Espanha há mais de cinco anos.

A situação é sem precedentes; de acordo com o sindicato ASAE, o número de pessoas a dormir no aeroporto aumentou de forma dramática, passando de uma média de 40 há uma década. As realidades dos que estão no aeroporto vão desde trabalhadores a indivíduos sem abrigo, incluindo pessoas com problemas de saúde mental e dependências.

Recentemente, a AENA decidiu concentrar estas pessoas num só espaço, supostamente de serviços administrativos, mas isso gerou conflitos e questões de segurança, segundo Antonio Llarena, porta-voz do sindicato. O pedido de intervenção do provedor de Justiça, Ángel Gabilondo, voltou a ecoar com urgência nas últimas semanas.

Gabilondo tem solicitado respostas a várias instituições. Durante uma visita ao aeroporto à noite, ele reiterou a necessidade de ação e comunicação entre a Câmara Municipal e a AENA. O presidente da AENA, Maurici Lucena, reconhece que a situação é grave, mas atribui responsabilidades à Câmara de Madrid. Por outro lado, o presidente da câmara, José Luiz Martínez-Almeida, discorda, sublinhando que a intervenção social depende da vontade dos indivíduos.

Uma espiral de acusações entre as autoridades municipais e o governo tem vindo a intensificar-se, com o autarca a defender que a falta de resposta em tempo útil pela parte do governo central tem agravado a situação. Após semanas de tensões, houve uma reunião entre Lucena e Martínez-Almeida, que resultou num acordo inicial para um censo das pessoas no aeroporto.

Enquanto não se encontra uma solução, a AENA impôs controles restritivos no acesso ao aeroporto entre as 21:00 e as 05:00, permitindo apenas a entrada a detentores de bilhetes de avião e funcionários. Na primeira noite desta medida, foram impedidas 150 pessoas de entrar e 170 foram identificadas como residentes no aeroporto.

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#CriseHumanitária #DireitosHumanos #SolidariedadeUrgente