O presidente ucraniano lamenta os ataques que causaram danos em várias regiões e clama por sanções mais rigorosas contra Moscovo, no contexto de uma troca de prisioneiros acordada em Istambul.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, descreveu este sábado como "uma noite difícil para toda a Ucrânia", em virtude dos intensos ataques russos que afetaram diversas localidades do país. Em uma publicação na rede social X, Zelensky expressou as suas condolências às vítimas e às suas famílias, revelando que "fragmentos de mísseis e drones russos estão a ser removidos em Kyiv".
"As operações de resgate e emergência estão a decorrer nos locais afetados. Durante a noite, a cidade enfrentou muitos incêndios e explosões, resultando em danos significativos a edifícios residenciais, veículos e negócios. Infelizmente, também houve feridos", explicou o presidente.
Zelensky destacou que "todos os ataques visavam civis" e informou que, esta noite, registaram-se 250 ataques com drones, majoritariamente do modelo Shahed, produto iraniano, além de 14 incursões com mísseis balísticos, afetando as regiões de Odessa, Kharkiv, Sumi, Vinnystia, Dnipro e Donetsk.
Ele sublinhou que "com cada um destes ataques, o mundo reconhece que a continuidade do conflito se deve a Moscovo". Afirmou que a Ucrânia reiterou várias vezes a proposta de um cessar-fogo total, inclusive nos céus, mas todas as iniciativas foram ignoradas. Assim, apelou a uma pressão mais substancial sobre a Rússia para avançar nas negociações e instou à implementação de sanções adicionais por parte dos Estados Unidos, da Europa e parceiros internacionais. "Somente sanções em setores essenciais poderão forçar Moscovo a um cessar-fogo", concluiu.
Vale a pena mencionar que os ataques ocorreram em um momento crítico, pois Rússia e Ucrânia estavam a realizar uma troca de prisioneiros significativa, acordada na semana passada em Istambul. Na sexta-feira, foram trocados 270 soldados e 120 civis de cada lado, numa operação que irá continuar nos próximos dias.
Este acordo acontece numa altura em que a ofensiva russa, que começou em fevereiro de 2022, desencadeou uma crise de segurança sem precedentes na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, manifestando a urgência de uma solução pacífica para o conflito.