Mundo

Crise económica na Cisjordânia intensifica-se com ofensiva em Gaza

há 1 hora

Relatório revela agravamento dos problemas económicos na Cisjordânia ocupada desde o início da ofensiva israelita, com um impacto devastador nas famílias palestinianas.

Crise económica na Cisjordânia intensifica-se com ofensiva em Gaza

Desde o início da ofensiva militar israelita em Gaza, há mais de 19 meses, a situação económica na Cisjordânia ocupada deteriorou-se significativamente. Um novo relatório, divulgado por diversas organizações humanitárias, entre as quais se destaca a israelita Gisha, destaca a gravidade da crise.

Em resposta à ofensiva, o Governo de Benjamin Netanyahu implementou uma proibição total de vistos de trabalho para aproximadamente 115 mil palestinianos, o que resultou em dificuldades financeiras extremas para muitas famílias dependentes desses rendimentos.

O documento sublinha que "depois de mais de um ano, a proibição de retorno aos empregos para trabalhadores palestinianos que têm experiências de longa data em Israel é injustificável". Um estudo do Instituto Palestiniano de Investigação de Política Económica ilustra que, no segundo trimestre de 2023, cerca de 160.000 palestinianos estavam empregados por israelitas. No entanto, no mesmo período em 2024, esse número caiu para apenas 27.300, representando uma drástica diminuição de 18,4% para 4% da força de trabalho na região.

As consequências são alarmantes: a taxa de desemprego na Cisjordânia caiu de 30,7% no final de setembro de 2022 para 12,9% antes do início do atual conflito. Este prolongado estado de desemprego tem destruído famílias, forçando-as a enfrentar a incerteza e a escassez, enquanto os jovens se vêem impedidos de aceder a oportunidades educativas devido à incapacidade de pagarem as propinas.

Um ex-trabalhador palestiniano recorda a sua experiência: "Antes da guerra, ganhava 7.000 shekels por mês (cerca de 1.700 euros) em Jerusalém, com um empregador que me tratava de forma justa. Recusei voltar a entrar em Israel devido ao perigo. Agora, se conseguir trabalho na Cisjordânia, pago cerca de 80 shekels diários (cerca de 20 euros) para sustentar a minha mulher, os nossos quatro filhos, a minha mãe e a minha tia." Esta partilha ilustra não apenas as dificuldades enfrentadas, mas também o impacto geral sobre a vida familiar na região.

Adicionalmente, o relatório observa que a proibição de entrada de trabalhadores palestinianos está a afectar negativamente a economia israelita, que enfrenta uma carência de mão-de-obra qualificada e experiente, resultante das restrições impostas.

Tags:
#CisjordâniaEmCrise #JustiçaParaPalestina #PazEEmprego