O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Mohamed Mustafa, em Madrid, apelou para um aumento da pressão internacional sobre Israel para aliviar a crise em Gaza e na Cisjordânia.
Em Madrid, o primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestiniana, Mohamed Mustafa, fez um apelo urgente à comunidade internacional, exigindo o fim imediato da crise humanitária em Gaza e na Cisjordânia. Durante a sua intervenção na cimeira do Grupo de Madrid, que reúne representantes de 20 nações europeias e árabes, Mustafa descreveu a situação como um verdadeiro "inferno" e pediu que a Europa e outros países intensifiquem as suas pressões sobre Israel.
Mustafa declarou: "Este inferno deve acabar imediatamente e sem condições". Ele sublinhou a necessidade de acções concretas, ressaltando que a comunidade internacional deve abordar a grave emergência proclamada, referindo que "Gaza foi oficialmente declarada uma zona de fome".
O primeiro-ministro apontou Israel como responsável por "crimes de guerra claros e contínuos", citando a "negação deliberada de alimentos e ajuda humanitária", assim como a destruição sistemática da vida em Gaza. A situação na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental foi igualmente considerada alarmante, face à expansão dos colonatos e ao "terrorismo impune dos colonos".
Mustafa elogiou as iniciativas recentes da União Europeia (UE) e do Reino Unido para aumentar a pressão sobre Israel, mas apelou a um reforço destes esforços para serem mais eficazes. Reiterou a necessidade de "medidas urgentes" que garantam a entrada de ajuda humanitária em Gaza por terra, mar e ar.
O líder palestiniano destacou que hoje se celebra um ano desde que a Espanha reconheceu oficialmente a Palestina como Estado, o que considera um passo crucial para a paz e a justiça. Ele espera que a cimeira de Madrid impulsione uma maior pressão sobre Israel na próxima conferência de alto nível da ONU, marcada para 17 de junho, em Nova Iorque.
Desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, a situação humanitária deteriorou-se drasticamente, com relatórios do Ministério da Saúde do Governo do Hamas a indicarem que o número de mortos no território palestiniano já ultrapassa os 53.939, com mais de 122.797 feridos. Do lado israelita, o ataque do Hamas resultou na morte de 1.218 pessoas, a maioria civis.
Das 251 pessoas raptadas durante os ataques do Hamas, 57 ainda se encontram em Gaza, e pelo menos 34 delas foram confirmadas mortas, segundo as autoridades israelitas.