A Cervejas de Moçambique regista um lucro de 24 milhões de euros em 2024, quase três vezes superior ao ano anterior, acompanhando um aumento nas vendas e dividendos para os acionistas.
A Cervejas de Moçambique (CDM) alcançou em 2024 um lucro de 1.706 milhões de meticais (equivalente a 24 milhões de euros), marcando um aumento significativo em relação ao ano anterior, de acordo com o relatório e contas da empresa.
As vendas contribuíram para um lucro bruto de 8,35 mil milhões de meticais (117,8 milhões de euros), que superou os 8,15 mil milhões de meticais (115 milhões de euros) reportados em 2023.
No ano anterior, 2023, a CDM havia gerado um lucro líquido de 577 milhões de meticais (8,1 milhões de euros). A fim de compartilhar os resultados positivos, a empresa decidiu propor um dividendo de 3,28 meticais por ação (aproximadamente quatro cêntimos de euro), mais do que o dobro do valor atribuído no ano passado.
Integrada no grupo belga ABInBev, a CDM possui uma participação de 83,01% por parte desta multinacional, enquanto o Estado moçambicano detém 1,37% e o Instituto Nacional de Segurança Social possui 2,6%.
Considerada uma referência na indústria cervejeira do país, a CDM foi estabelecida a 1 de agosto de 1995, na sequência da privatização das fábricas MacMahon e Manica, localizadas em Maputo e Beira, respetivamente. Neste âmbito, a empresa também detém a histórica marca Laurentina, que foi lançada em 1932 e adquirida em 2022, bem como a 2M.
Além do seu portfólio que inclui a cerveja Impala, desenvolvida a partir de mandioca e milho e lançada em 2011 e 2017, a CDM tem demonstrado um compromisso com o desenvolvimento socioeconómico. A marca Impala tem sido descrita como "a mais acessível do mercado", graças a um regime especial de tributação que favorece a agricultura local, impactando assim mais de seis mil pequenos agricultores e cerca de 190 mil pessoas na sua cadeia de valor.
A Laurentina Clara, a pioneira cerveja de Moçambique, foi criada por um imigrante grego que fundou a fábrica Vitória, seguida pela abertura da fábrica MacMahon em 1950, a qual originou a cerveja 2M. O surgimento da Fábrica Manica na Beira aconteceu cinco anos após a MacMahon.
A história da cerveja em Moçambique inclui ainda a formação da Sogere - Sociedade Geral de Cervejas e Refrigerantes de Moçambique em 1972, um consórcio de vários produtores que acabou por ser nacionalizado em 1980.