Famílias devem ser informadas prontamente sobre óbitos. Uma situação recente no Hospital de Portalegre chamou a atenção para esta grave questão de comunicação.
A Unidade Local de Saúde do Alto Tejo enfrenta críticas por uma falha na comunicação de um óbito ocorrido no Hospital de Portalegre.
Segundo a Entidade Reguladora da Saúde (ERS), uma filha só ficou a saber da morte do seu pai horas depois, quando se dirigia ao hospital para uma visita.
Este incidente ocorreu em fevereiro de 2024. O falecimento foi oficialmente declarado às 20h30 do dia 17, mas a família não recebeu qualquer aviso.
No dia 18 de fevereiro, a filha chegou ao hospital por volta das 14h e percebeu que o pai não estava na unidade onde deveria estar. Ao solicitar informações, informaram-lhe que o pai tinha "subido para o 5.º piso". No entanto, não havia registos sobre a sua localização nesse piso.
Foi só mais tarde que a família recebeu a angustiante notícia do falecimento do familiar.
A administração do Hospital de Portalegre reconheceu que houve um "mal entendido" por parte da equipa médica naquele dia. Assinalaram que a falha na comunicação deveu-se a um erro no processo habitual de notificação do óbito, que normalmente é reportado ao lar do doente.
A ERS, por sua vez, classificou a atuação da unidade de saúde como inadequada em termos de proteção dos direitos dos utentes, especificamente em relação à obrigação de informar os acompanhantes sobre a situação dos pacientes.
Em consequência, a ERS emitiu orientações à Unidade Local de Saúde do Alto Alentejo para garantir que todas as informações sobre óbitos sejam comunicadas de forma clara e atempada às famílias e que os procedimentos sejam seguidos adequadamente por todos os profissionais de saúde.