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São José responde a acusações sobre acesso de sem-abrigo à psiquiatria

há 5 horas

A Unidade Local de Saúde São José desmente alegações de boicote no acesso de doentes sem-abrigo a consultas psiquiátricas, reafirmando o compromisso com todos os utentes, independentemente da condição social.

São José responde a acusações sobre acesso de sem-abrigo à psiquiatria

A Unidade Local de Saúde (ULS) São José, localizada em Lisboa, veio hoje repudiar as acusações de boicote ao acesso de doentes sem-abrigo às consultas psiquiátricas, feitas pelo psiquiatra João Gama Marques, durante uma audição na Assembleia Municipal de Lisboa.

Na sua intervenção, o psiquiatra do Hospital Júlio de Matos alegou que a administração hospitalar estaria a dificultar o acesso destes indivíduos às consultas. "Atualmente, há um esforço da administração do Júlio de Matos, sob a gestão da ULS São José, para limitar o acesso dos doentes sem-abrigo ao hospital", afirmou.

Em resposta escrita à Lusa, a ULS São José "refuta categoricamente" as afirmações do médico, destacando que a integração do Hospital Júlio de Matos na sua estrutura tem como objetivo primordial a defesa dos direitos dos utentes, sem discriminação da condição social.

A administração da ULS esclarece que não existem constrangimentos na assistência prestada a indivíduos sem-abrigo, que são consultados sempre que necessário, em função das suas necessidades de saúde mental.

Além disso, a ULS reafirma o compromisso com a proteção de dados de todos os utentes e explica que as mudanças nos procedimentos de recepção de consultas visam garantir a confidencialidade, especialmente quando os doentes chegam sem agendamento e acompanhados por associações. Este processo pode incluir o preenchimento de formulários para melhor tratar do encaminhamento dos pacientes.

A ULS enfatiza que a adaptação dos procedimentos não impede o acesso aos cuidados necessários, mas simplesmente formaliza o registo de consultas. Reconhecendo que muitos dos seus utentes são pessoas em situações frágeis, a entidade reafirma que não há discriminação no tratamento prestado.

Finalmente, a administração da ULS São José expressa a sua total disponibilidade para continuar a trabalhar em colaboração com outras instituições do município para melhorar a qualidade dos cuidados prestados a esta população vulnerável.

A audiência na Assembleia Municipal foi proposta pela deputada do CDS-PP, Margarida Neto, a propósito de uma petição de moradores e comerciantes do Beato que exigem uma revisão das políticas sociais da Câmara Municipal de Lisboa dirigidas a pessoas em situação de sem-abrigo.

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