Economia

"Trabalhadores da Solidariedade Protestam por Melhores Condições Salariais"

há 5 horas

O CESP critica a CNIS pela recusa em ajustar salários acima do mínimo, reivindicando melhores condições para os trabalhadores das IPSS durante uma greve no Porto.

"Trabalhadores da Solidariedade Protestam por Melhores Condições Salariais"

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços (CESP) denunciou hoje a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) por falta de abertura nas negociações salariais. Em uma manifestação realizada no Porto, onde os trabalhadores das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) marcaram um dia de greve, a responsável do sindicato, Ana Paula Rodrigues, afirmou que a proposta da CNIS “mantém a maioria dos trabalhadores a receber o salário mínimo nacional”.

“Não podemos aceitar que, ano após ano, continuem a limitar estes profissionais, que desempenham um papel fundamental na nossa sociedade, ao salário mínimo”, afirmou Rodrigues, destacando a postura intransigente da CNIS, que já se arrasta há vários anos.

A sindicalista relatou que os trabalhadores demandaram, no início das negociações, um aumento de 150 euros, ao que a CNIS respondeu com uma oferta de apenas 50 euros, que fica ofuscada pelo valor do salário mínimo. “Após isso, tentámos renegociar a proposta para 80 euros, mas também foi rejeitada pela CNIS. Não é aceitável que estes trabalhadores permaneçam a receber salários tão baixos”, acrescentou.

A manifestante Paula Santos, que trabalha numa IPSS e está apoiada por cerca de 100 colegas, comentou: “Trabalho há 14 anos com crianças. É gratificante, mas extremamente cansativo e com uma carga horária pesada, e no final do mês ainda recebo apenas o salário mínimo. Não é justo”.

Outro ponto crucial em protesto foi a carga horária. O CESP exige uma jornada semanal de 35 horas e o direito à conciliação entre trabalho e vida familiar. “Estamos a propor uma regulamentação dos horários de trabalho, especialmente em relação ao descanso, que muitas vezes está dividido em meios-dias, obrigando os trabalhadores a estar em serviço quase sete dias por semana”, sublinhou Rodrigues.

Para Filipa Quintas, trabalhadora numa IPSS há oito anos, a situação é crítica. “É muito complicado acompanhar os nossos filhos quando trabalhamos todos os dias. Acabamos por cuidar das crianças dos outros e negligenciamos as nossas”, desabafou.

Além disso, os cerca de 200 mil trabalhadores das IPSS também reclamam um complemento para o trabalho realizado aos domingos e feriados, que atualmente é compensado da mesma forma que um dia de semana.

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#JustiçaSalarial #TrabalhoDigno #SolidariedadeJá