A Rússia e a Ucrânia realizaram uma significativa troca de prisioneiros, num momento de colaboração inesperada após ataques a Kyiv que causaram feridos.
A Ucrânia e a Rússia concretizaram hoje uma troca de prisioneiros, que resultou na libertação de 307 soldados de cada lado, após uma intensa escalada de violência. Este intercâmbio surge após uma série de ataques com mísseis e drones russos sobre Kyiv, que deixaram pelo menos 15 feridos.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, informou que a troca de prisioneiros aconteceu várias horas depois de Kyiv ser alvo de um bombardeio em grande escala, com o Ministério da Defesa da Rússia a confirmar a entrega dos 307 soldados. Ontem, ambas as partes já tinham libertado um total de 390 prisioneiros, incluindo tanto militares como civis.
"Esperamos mais amanhã", anunciou Zelenskyy através da sua conta no Telegram, manifestando esperança em novas trocas.
A troca de prisioneiros ocorre num contexto de crescente tensão, com explosões e disparos antiaéreos a serem ouvidos em Kyiv. A população deslocou-se para as estações de metro em busca de abrigo enquanto os ataques prosseguiam durante a noite, com a Rússia a disparar até 14 mísseis balísticos e 250 drones Shahed. As forças ucranianas conseguiram neutralizar 245 dos drones e abater seis mísseis, segundo informações das autoridades locais.
A Administração Militar da Cidade de Kyiv descreveu o ataque como um dos mais severos até à data, classificando a noite como "difícil para todos nós".
Numa manifestação clara de determinação, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, sublinhou que "é evidente que uma pressão crescente e sanções contra Moscovo são essenciais para acelerar o processo de paz."
O embaixador da União Europeia (UE) em Kyiv também condenou os ataques, rotulando-os de "horríveis". Este desenvolvimento sublinha a fragilidade da situação na Ucrânia e a necessidade urgente de uma solução duradoura para o conflito.