A Ucrânia manifestou a sua disposição para negociações com a Rússia na próxima segunda-feira, exigindo, no entanto, que Moscovo apresente antes as suas condições para a paz.
A Ucrânia anunciou hoje a sua abertura para participar em novas conversações diretas com a Rússia, marcadas para segunda-feira em Istambul. Contudo, o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov, sublinhou que Moscovo deve disponibilizar previamente o seu memorando de paz para que as discussões sejam produtivas.
Na sua comunicação através da rede social X, Umerov referiu: "Não nos opomos a novas reuniões com os russos e aguardamos o seu documento para análise". Ele ainda fez notar que a Rússia tem um prazo de pelo menos quatro dias para apresentar esse memorando.
A possibilidade de uma nova ronda de negociações foi iniciada pelo chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, que indicou que este encontro deve ocorrer a 02 de junho, após os desenvolvimentos da reunião anterior na Turquia, a 16 de maio. Nesta última conversa, as duas nações assentaram um acordo para a troca de mil prisioneiros, embora não tenham avançado com outros tópicos significativos.
Entretanto, a situação militar intensificou-se nos últimos dias, com a Rússia a intensificar bombardeamentos sobre Kyiv e outras áreas da Ucrânia. Como resposta, as forças ucranianas têm realizado ataques com drones em território russo. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, juntamente com líderes europeus, pediu o aumento das sanções contra a Rússia em decorrência das violências recentes.
Importantes vozes políticas internacionais, como o presidente norte-americano, Donald Trump, manifestaram preocupação com a escalada do conflito e consideraram a possibilidade de novas sanções a Moscovo. Um enviado dos EUA deixou claro que a proposta é aliar os documentos que contenham as exigências de ambas as partes e traçar limites claros nas negociações.
Atualmente, a Rússia continua a reivindicar direitos sobre cerca de 20% do território ucraniano e impõe exigências que incluem o reconhecimento das regiões ocupadas e a recusa da adesão da Ucrânia à NATO; por outro lado, Kyiv e seus aliados ocidentais insistem na implementação de uma trégua antes que se inicie qualquer diálogo de paz com Putin, mantendo firmes as suas reivindicações de soberania territorial.