O Irão rejeitou hoje a ideia de um "acordo iminente" com os EUA sobre o seu programa nuclear, enquanto ambos os países se preparam para a próxima ronda de negociações.
O Irão tomou a palavra para desmentir as especulações sobre um suposto "acordo iminente" com os Estados Unidos em relação ao seu programa nuclear. O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, expressou na rede social X que “o caminho para um acordo é pelas negociações, não pelos media.”
Araqchi salientou a sinceridade de Teerão na busca de uma solução diplomática que beneficie todas as partes envolvidas. No entanto, ele enfatizou que tal acordo deve incluir o levantamento de todas as sanções e garantir os direitos nucleares do Irão, como o enriquecimento de urânio.
Fazendo referência a rumores recentes que colocam em causa a diplomacia entre o Irão e os EUA, Araqchi sublinhou que “usar o Irão como alvo para criticar os EUA é lamentável, mesmo em relação a Israel.”
As declarações coincidem com o início de uma nova ronda de negociações entre Washington e Teerão, prevista para breve, mediada pelo Omã. Na ronda anterior, que teve lugar na Embaixada de Omã em Roma, as delegações registaram “algum progresso, embora não conclusivo.”
O grande desafio continua a ser as divergências significativas em torno do enriquecimento de urânio, uma questão que os EUA procuram resolver. Este processo de diálogo é o primeiro desde a decisão unilateral do presidente Donald Trump em 2018 em retirar os EUA do acordo nuclear previamente firmado.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tammy Bruce, afirmou que as negociações estão a avançar de acordo com as expectativas do presidente Trump, enfatizando que todos os relatórios indicam avanços positivos. Bruce reiterou que os princípios fundamentais incluem garantir que o Irão nunca tenha uma arma nuclear e a limitação do enriquecimento de urânio.
Por sua vez, Trump revelou que solicitou ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, um adiamento de um potencial ataque ao Irão, permitindo assim que Washington tenha mais tempo para aperfeiçoar um acordo nuclear com Teerão.
O diretor da Agência Internacional de Energia Atómica, Rafael Grossi, também comentou que as negociações continuam, considerando isso um sinal de esperança.