O Presidente dos EUA, Donald Trump, pediu a Benjamin Netanyahu para postergar um possível ataque ao Irão, permitindo a Washington mais tempo para viabilizar um acordo nuclear com Teerão.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, revelou hoje que instruiu o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, a adiar quaisquer planos de ataque contra o Irão. A razão apresentada por Trump foi a necessidade de dar mais tempo a Washington para pressionar por um entendimento nuclear com Teerão, que considera estar próximo de ser alcançado.
“Expliquei-lhe que isso não seria apropriado neste momento, pois estamos muito perto de uma solução”, comentou Trump durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, em alusão ao progresso nas negociações para um novo acordo nuclear.
Trump expressou um otimismo cauteloso, afirmando que "isto pode mudar a qualquer momento, talvez com apenas uma chamada telefónica". Ele acredita que o Irão está interessado em alcançar um acordo, o que, segundo ele, “salvaria muitas vidas” se feito com sucesso nas próximas semanas.
Essas declarações surgem numa altura em que Rafael Grossi, o director da Agência Internacional de Energia Atómica, revelou que as discussões entre o Irão e as potências envolvidas continuam a avançar, oferecendo esperanças de um desfecho positivo.
Grossi também partilhou que mantém uma comunicação quase diária com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, e com o enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff. Esta semana, um membro da sua equipa esteve em Teerão, onde foi identificado como Massimo Aparo, que supervisiona as inspeções do programa nuclear do Irão, atualmente em processo de enriquecimento de urânio a até 60% de pureza.
Até à data, foram realizadas cinco rondas de negociações em Mascate, Omã, e em Roma, mediadas pelo ministro omani, Badr al-Busaidi. Estas negociações visam restringir o programa nuclear do Irão em troca do levantamento de algumas sanções económicas impostas pelos EUA.
No entanto, Trump já manifestou a possibilidade de ataques aéreos se não conseguir um acordo satisfatório. Se um entendimento for alcançado, é provável que o Irão permita a presença de inspetores norte-americanos nas equipas da Agência da ONU durante as suas verificações.
Embora as negociações estejam em curso, a tensão é palpável. O general Hossein Salami, líder da Guarda Revolucionária do Irão, alertou os EUA, afirmando que estão em “emboscada” e prontos para reagir a qualquer erro cometido pelos norte-americanos.
Por outro lado, Grossi permanece crente de que “sempre haverá uma forma” de se chegar a um acordo, apesar das complicações envolvidas, incluindo a questão do enriquecimento de urânio. Ele sublinhou que qualquer possível pacto exigirá uma investigação rigorosa e exaustiva da Agência da ONU sobre o programa nuclear do Irão, após anos de restrições que dificultaram essa avaliação.