Rui Malheiro, ex-candidato à liderança da IL, apela a uma "candidatura unificadora" para a presidência do partido, destacando a necessidade de inclusão e reflexão interna.
Rui Malheiro, que se destacou como rival de Rui Rocha na disputa pela liderança da IL, expôs a sua visão de que é crucial estabelecer uma "candidatura unificadora" para o partido. Ele sublinha que essa candidatura deve ser capaz de englobar diferentes ideias, evitando a imposição de um "pensamento único" e a exclusão de correntes internas.
Em declarações à agência Lusa, Malheiro afirmou: "Neste momento, é imprescindível que exista uma reflexão dentro do partido e uma união como talvez nunca antes se tenha visto. A atual direção deve ter a responsabilidade de promover uma união que oriente o partido num crescimento claro."
Após a última convenção da IL, em fevereiro, onde obteve 26,6% dos votos, Malheiro manifesta-se optimista quanto à possibilidade de uma "candidatura unificadora", após a recente demissão de Rui Rocha. Ele vê isso como uma oportunidade para eliminar tensões e conflitos internos.
Malheiro adverte que, se não houver essa união e continuar a prevalecer uma corrente de pensamento único, considerará a possibilidade de apresentar novamente a sua candidatura. Ao ser questionado sobre a integração do movimento "Unidos pelo Liberalismo", o ex-candidato ressalta que a proposta de unificação deve abranger todas as correntes do partido, dizendo: "É vital que haja uma visão clara e abrangente para o crescimento de Portugal." Ele também pede à direção para ponderar seriamente sobre esta proposta.
No que toca aos nomes para liderar esta candidatura, Malheiro aponta dois membros com vantagens, referindo-se a Mariana Leitão e Mário Amorim Lopes, mas reforça que a unificação deve estar acima de personalidades. "O que importa é a vontade de unir o partido, e não perpetuar uma direção que exclui quem não concorda," comentou.
Caso a candidatura unificadora não se concretize, ele não descarta a ideia de avançar com uma candidatura própria, dependendo das decisões a serem tomadas na próxima reunião do Conselho Nacional da IL, a decorrer a 15, onde se decidirá a convocação de eleições internas.
Sobre a saída de Rui Rocha, Malheiro admitiu estar surpreendido, mas entendeu que a decisão era uma consequência natural do desempenho da IL nas últimas legislativas. Contudo, criticou o tempo da decisão, que considera ter prejudicado o partido a pouco mais de um mês das eleições autárquicas. "Um processo electoral já se inicia e esta situação fragiliza a IL no momento em que deveria estar a fortalecer-se," acrescentou.