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Reabertura de centros de distribuição de alimentos em Gaza gera controvérsia

há 1 dia

A Fundação Humanitária de Gaza retoma a distribuição de alimentos em Rafah, após interrupção devido a recentes ataques israelitas. Criticas aumentam sobre as condições de segurança na ajuda humanitária.

Reabertura de centros de distribuição de alimentos em Gaza gera controvérsia

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) anunciou, na manhã de hoje, a reabertura de dois centros de distribuição de alimentos na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza. A reabertura ocorre após uma suspensão temporária dos serviços, que foram interrompidos na terça-feira, em resposta a incidentes mortais causados por disparos das forças israelitas contra palestinianos.

A GHF, uma organização baseada na Suíça, tem estado a gerenciar operações de ajuda humanitária na região com o apoio dos governos dos Estados Unidos e de Israel. Através da sua página no Facebook, a fundação informou que, após reiniciar as atividades, chegou ao final das suas provisões, o que resultou no encerramento dos centros em Khan Yunis e Wadi Gaza.

A entrega de alimentos tem sido objeto de críticas por parte das Nações Unidas e outras entidades humanitárias, que acusam a GHF de violar princípios de neutralidade ao implementar um sistema de segurança militar no processo de ajuda. Este plano controverso inclui a presença de segurança privada e tropas israelitas nas proximidades dos pontos de distribuição, gerando preocupações sobre a segurança dos beneficiários.

Após a morte de mais de 100 palestinianos em momentos de distribuição de ajuda, o Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, manifestou que tais ataques são inaceitáveis e alertou para os riscos que o sistema militarizado impõe. Ele pediu uma investigação imediata sobre os incidentes, ecoando o apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Em comunicação oficial, o exército de Israel reconheceu que disparou em diversas ocasiões nas imediações de um dos centros de distribuição, justificando que disparos ocorreram devido ao abandono de rotas seguras por parte de civis. Por sua vez, a GHF declarou que se isenta de responsabilidade pelos acontecimentos fora dos centros, considerando Gaza uma "zona de combate".

Com o levantamento do bloqueio que impedia a entrada de alimentos na Faixa de Gaza, Israel iniciou uma distribuição limitada de mantimentos através da GHF, marcando uma nova fase no esforço humanitário após quase três meses de restrições.

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#Gaza #AjudaHumanitária #ConflitoIsraelPalestina