PSD apoia desistência de propostas para mesquitas, BE e CDU pedem reflexão aprofundada

Na manhã de hoje, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, decidiu não incluir na agenda da reunião privada as propostas para ceder imóveis devolutos a duas mesquitas, por considerar que se tratava de uma questão delicada e não consensual.

O vereador do Urbanismo, Espaço Público e Habitação, Pedro Baganha, afirmou que a decisão sobre esses edifícios caberá ao futuro executivo, ressaltando que a proposta gerou "dúvidas, inquietações e reações intensas" entre o público que, normalmente, apoia a câmara.

A vereadora do PSD, Mariana Ribeiro Macedo, expressou a sua opinião de que os imóveis devolutos deveriam ser utilizados para finalidades que atendam a carências da cidade, como habitação, acolhimento de vítimas de violência doméstica ou apoio a sem-abrigo. "Os imóveis devolutos podem ter outro uso que não sejam as mesquitas no momento atual", disse.

Mariana esclareceu que, caso a proposta fosse discutida, o PSD votaria contra, uma vez que acredita que não serve os interesses dos cidadãos portuenses. Ela enfatizou que esta posição não tem relação com a liberdade religiosa, que eles respeitam, mas sim com a prioridade das necessidades da cidade.

Por sua vez, o vereador do BE, Sérgio Aires, lamentou a desistência da proposta, sublinhando que o objetivo era oferecer um espaço seguro e comunitário. "Se não avançarmos, a situação pode ficar estagnada, e as comunidades existentes precisam de reconhecimento e dignidade", declarou.

A vereadora da CDU, Joana Rodrigues, apesar de compreender a decisão do presidente da câmara, fez um apelo por uma reflexão mais profunda sobre a questão. "A construção de uma mesquita é um passo importante para a construção de uma cidade onde se valoriza a tolerância e a inclusão", afirmou.

As propostas em questão pretendiam a cedência de direitos de superfície de dois edifícios devolutos para a construção de mesquitas, evidenciando a necessidade de um diálogo que respeite a diversidade cultural e a liberdade religiosa na cidade do Porto.