PS apoia candidatos de outros partidos e requer reciprocidade do PSD

O Partido Socialista (PS) anunciou a sua intenção de facilitar a eleição de candidatos de outros partidos para os cargos da mesa da Assembleia da República, destacando a figura de Aguiar-Branco como potencial presidente. A expectativa é de que haja reciprocidade por parte do Partido Social Democrata (PSD), com quem o PS mantém diálogo.

A informação foi partilhada pelo presidente e secretário-geral interino do PS, Carlos César, numa conferência após uma reunião do grupo parlamentar. Esta reunião resultou na aprovação de propostas que visam assegurar a inclusão de candidatos de várias formações políticas na mesa da Assembleia.

Carlos César enfatizou a necessidade de o PS assumir os resultados eleitorais com naturalidade, considerando essencial que os partidos apresentem seus candidatos para os diferentes cargos. "Fui claro ao afirmar que deve haver reciprocidade nos votos para a eleição dos candidatos à mesa", sublinhou César.

A reunião, que ocorreu esta manhã, abordou os primeiros passos do PS nesta legislatura, tendo ratificado a indicação de Marcos Perestrello como vice-presidente da mesa, bem como das deputadas Joana Lima e Susana Correia para as restantes posições que cabem ao partido.

Quanto à viabilização do próximo governo, Carlos César reiterou que a AD deve ser permitida a formar governo e que o PS não irá inviabilizar o seu programa. "O PS rejeitará qualquer proposta que vise obstruir essa formação", garantiu.

Sobre a situação do presidente da câmara de Vizela, Victor Hugo Salgado, que está a ser investigado por suspeitas de violência doméstica, César recordou que já se pronunciou sobre a questão e que a sua posição se mantém. "Não confiamos nesta pessoa para novas candidaturas", afirmou.

Após o arquivamento de uma anterior queixa, o PS decidiu manter a retirada de apoio ao atual autarca, uma decisão que será reavaliada após o prazo de apresentação de candidaturas à liderança do PS, marcando um claro posicionamento do partido nesse contexto. A situação de Salgado foi um tema controverso que data de abril, quando o anterior líder do PS, Pedro Nuno Santos, pediu a sua renúncia.