O PCP apresentará uma recomendação ao Governo para que reconheça o Estado da Palestina durante o próximo período legislativo, denunciou a líder parlamentar.
Durante uma conferência de imprensa realizada na Assembleia da República, Paula Santos, líder parlamentar do PCP, expressou a sua indignação em relação à situação na Palestina, considerando-a "intolerável". A responsável destacou que "ninguém pode permanecer indiferente à barbárie e ao genocídio do povo palestiniano" perpetrados por Israel.
“Estão a contar-se dezenas de milhares de mortos e feridos, incluindo muitas crianças e mulheres, que sofrem com os constantes ataques militares israelitas. A imposição de um bloqueio que se revela absolutamente desumano impede o acesso a água potável, alimentos, medicamentos e outros bens essenciais”, afirmou.
Para o Partido Comunista Português, a gravidade da situação demanda uma condenação firme por parte de Portugal, do Governo e da União Europeia, assim como uma ação coordenada para pôr fim a tais atrocidades.
Paula Santos anunciou ainda que a proposta a ser apresentada ao Parlamento é um projeto de resolução que solicita ao Governo português o reconhecimento do Estado da Palestina nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital, em conformidade com as resoluções da Organização das Nações Unidas.
Questionada sobre a natureza simbólica da proposta, dado que o Governo tem reiterado que este não é o momento adequado para tal reconhecimento, a líder do PCP reconheceu que o atual contexto parlamentar é “mais desfavorável e teve uma evolução negativa”. No entanto, afirmou que isto não diminui a "justiça" da causa que o partido defende.
“Portugal encontra-se na minoria de países que ainda não reconheceram o Estado da Palestina”, sublinhou Santos, acrescentando que muitos dos seus parceiros na UE já o fizeram. “As decisões deste Governo colocam o nosso país na 'liga dos últimos', entre aqueles que se recusam a reconhecer a Palestina”, criticou.
A líder parlamentar do PCP afirmou que a falta de reconhecimento do Estado da Palestina contribui para a continuidade do problema e enfatizou que “não pode haver cumplicidade” com os acontecimentos na Faixa de Gaza.
“O reconhecimento do Estado da Palestina é imprescindível, assim como uma intervenção decidida do Governo português nas instituições internacionais a que pertence, contra este genocídio, pelo cessar-fogo, pela ajuda humanitária e pela criação de um Estado palestiniano”, concluiu.