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Participação em referendo italiano atinge 15,9% no primeiro dia

há 6 horas

No primeiro dia do referendo sobre cidadania e direitos laborais em Itália, a afluência foi de 15,9%, bem abaixo dos 30,2% registados em 2011. A falta de informação pode comprometer a validade da votação.

Participação em referendo italiano atinge 15,9% no primeiro dia

Às 19h00 locais, a participação no referendo italiano sobre cidadania e direitos laborais alcançou os 15,9%, um número que fica aquém dos 30,2% registados no último referendo deste tipo, em 2011. Este referendo visa facilitar a concessão de cidadania aos filhos de estrangeiros nascidos em Itália e proporcionar condições laborais mais justas.

Embora as propostas apresentadas beneficiem cerca de 2,5 milhões de pessoas que ainda não têm reconhecimento como cidadãos italianos, a falta de informação da população pode levar à anulação dos votos, caso a afluência não atinja o quórum necessário, conforme alertado pela agência Associated Press.

Os defensores da revisão da lei da cidadania argumentam que as mudanças são essenciais para integrar melhor as gerações de italianos filhos de imigrantes não europeus que já se consideram parte da cultura italiana. O referendo compreende cinco consultas sobre a revogação total ou parcial de normas relativas à nacionalidade e aos direitos no trabalho.

No entanto, os partidos que compõem o governo de direita radical, incluindo os Irmãos de Itália da primeira-ministra Giorgia Meloni, a Liga de Matteo Salvini e o Força Itália de Antonio Tajani, manifestaram-se contra estas alterações. Em vez de incentivar a participação, estão a apelar ao boicote, tentando evitar que se alcance o quórum de 50% mais um voto necessário para a validade da consulta.

Até agora, apenas quatro dos 29 referendos realizados em Itália desde 1995 atingiram este quórum. Os partidos da oposição criticam duramente esta postura, argumentando que é irresponsável promover a abstenção em um assunto tão crucial.

O referendo, impulsionado por Riccardo Magi e apoiado por diversas associações e sindicatos, visa reduzir de 10 para 5 anos o tempo mínimo de residência necessário para se candidatar à cidadania. Um dos objetivos principais é garantir que, uma vez adquirida, a cidadania possa ser transmitida aos filhos menores.

As votações sobre alterações à lei laboral, que incluem medidas de proteção aos trabalhadores e a eliminação de restrições de reintegração após despedimentos, encontram também resistência por parte do governo, que se opõe particularmente às emendas que facilitariam a naturalização de adultos nascidos no estrangeiro. Enquanto os apoiantes do referendo consideram estas mudanças vitalmente necessárias num contexto de envelhecimento populacional, os partidos no poder defendem que a cidadania não deve ser "oferecida de forma indiscriminada".

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#ReferendoItália #CidadaniaParaTodos #DireitosLaborais