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ONU acusando Israel de crimes de guerra em Gaza

há 2 dias

O Alto-Comissariado da ONU denuncia ataques israelitas a civis em Gaza perto de centros de ajuda humanitária, classificando-os como crimes de guerra.

ONU acusando Israel de crimes de guerra em Gaza

O Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, liderado por Volker Turk, denunciou hoje os ataques israelitas a civis nas proximidades de centros de ajuda humanitária na Faixa de Gaza como "crimes de guerra".

No comunicado, Turk destacou que, "pelo terceiro dia consecutivo", vidas foram perdidas perto de um local de distribuição de ajuda gerido pela Fundação Humanitária de Gaza. Segundo informações da Defesa Civil de Gaza, 27 palestinianos foram mortos por forças israelitas enquanto tentavam aceder a alimentos.

Nos últimos três dias, ataques israelitas contra palestinianos em busca de apoio alimentar resultaram em pelo menos 62 mortos e centenas de feridos, com contabilizações de 32 mortos no domingo, três na segunda-feira e 27 na manhã de hoje, conforme relatado pelo porta-voz do alto-comissariado, Jeremy Laurence, em Genebra, Suíça.

Turk qualificou os "ataques assassinos contra civis desesperados" como inaceitáveis e sublinhou que são uma grave violação do direito internacional.

A Fundação Humanitária de Gaza (GHF) começou a providenciar ajuda em três pontos da região há uma semana, o que deixou a população do norte sem qualquer abastecimento, sendo a ajuda considerada insuficiente para os 2,1 milhões de residentes em Gaza.

Com um financiamento pouco claro, a GHF anunciou ter distribuído sete milhões de refeições desde o início das suas operações, que têm sido marcadas por cenas caóticas e relatos de disparos israelitas nas proximidades dos centros de distribuição.

As Nações Unidas optaram por não colaborar com a GHF devido a preocupações sobre a sua neutralidade e procedimentos de assistência.

Turk alertou que os palestinianos estão a enfrentar uma escolha angustiante: arriscar-se a morrer à fome ou ser mortos ao tentarem aceder aos poucos alimentos disponíveis. "Cada ataque próximo a centros de ajuda deve ser investigado de forma rápida e imparcial, e os responsáveis devem ser responsabilizados", acrescentou.

Por outro lado, o grupo radical Hamas, que governa Gaza, denunciou a morte de 102 pessoas em centros de distribuição de ajuda geridos por Israel, classificando a situação como um "crime hediondo de assassinato em massa".

Em resposta, a GHF afirmou não assumir responsabilidade pelas áreas adjacentes aos centros de distribuição, que continua a ser uma "zona de guerra ativa". O exército israelita confirmou ter disparado "perto de suspeitos" que se desviaram da rota designada.

O atual conflito em Gaza teve início após os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns. Israel retaliou com uma operação militar na Faixa de Gaza, resultando na morte de mais de 54 mil pessoas, destruição de infraestruturas e deslocamento forçado de centenas de milhares.

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#CrimesDeGuerra #AjudaHumanitária #Gaza