Nova proposta de tréguas entre EUA, Israel e Hamas em discussão

Steve Witkoff, o enviado especial dos Estados Unidos, anunciou que está em vias de apresentar uma nova proposta para a criação de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza. Durante uma conferência de imprensa na Casa Branca, Witkoff expressou otimismo em relação à aceitação deste plano, que será revisto pelo Presidente Donald Trump. “Esperamos que o novo roteiro seja enviado ainda hoje”, afirmou, mostrando-se esperançoso quanto à possibilidade de um acordo que leve a uma trégua temporária e a soluções a longo prazo.

Hoje, o Hamas informou ter alcançado um entendimento preliminar com Witkoff sobre um “marco geral” que garantiria um cessar-fogo permanente na região. Esta proposta inclui a libertação de dez reféns israelitas, que o grupo mantém em cativeiro.

De acordo com a declaração do Hamas, o acordo propõe uma “estrutura geral que assegura um cessar-fogo duradouro, a retirada total das forças israelitas da Faixa de Gaza, a facilitação do fluxo de ajuda humanitária e a formação de um comité profissional para gerir os assuntos do território imediatamente após o anúncio do acordo”. O grupo afirmou que agora aguarda a resposta de Israel.

As conversações têm estado estagnadas, pois o Hamas condiciona a libertação dos reféns ao fim definitivo da guerra; enquanto as autoridades israelitas insistem que a operação militar em curso não se encerrará sem a devolução dos seus cidadãos.

Desde há uma semana e meia, Israel intensificou suas operações terrestres e aéreas na Faixa de Gaza, retalhando após a violação do cessar-fogo estabelecido em março. Esta ofensiva ocorre paralelamente ao levantamento de um bloqueio que impediu a entrada de ajuda humanitária no enclave durante mais de dois meses, num cenário em que a população enfrenta crescente risco de fome, conforme relatórios de agências da ONU.

O início do conflituoso ciclo houve por intermédio de um ataque do Hamas no sul de Israel, a 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, a maioria civis, e na captura de mais de duzentos reféns. A retaliação de Israel culminou numa operação militar que, até ao momento, causou mais de 54.000 mortes, segundo fontes locais controladas pelo Hamas, além da destruição quase total das infraestruturas da Faixa e da deslocação forçada de centenas de milhares de indivíduos.