Mina da MRM em Cabo Delgado gera 250 milhões em receitas para o Estado

A exploração de rubis na mina da Montepuez Rubi Mining (MRM), localizada em Cabo Delgado, resultou em receitas que ultrapassaram os 1.026 milhões de euros desde o início da atividade em 2012. Do total arrecadado, 250 milhões de euros foram entregues ao Estado moçambicano, conforme revelado pelo relatório "Fator G para Recursos Naturais", consultado pela Lusa.

Os últimos dados disponíveis indicam que em 2024 a MRM alcançou uma receita de 117,2 milhões de dólares (aproximadamente 102,5 milhões de euros). O relatório procura promover a transparência na partilha de rendimentos obtidos em sectores como a mineração, petróleo, gás, madeira e pesca. Em 2023, a mina reportou receitas de 151,3 milhões de dólares (132,4 milhões de euros).

Desde que a Gemfields se tornou proprietária de 75% da MRM em fevereiro de 2012, a mina acumulou receitas superiores a 1.172 milhões de dólares. O Estado moçambicano recebeu, durante o mesmo período, um total de 285,5 milhões de dólares (250 milhões de euros) em royalties e impostos. Em 2023, a MRM pagou 28,1 milhões de dólares (24,6 milhões de euros), uma queda significativa em relação aos 53,2 milhões de dólares (46,6 milhões de euros) do ano anterior.

A Montepuez Ruby Mining admite que a sua mina pode ser o depósito de rubis mais relevante recentemente descoberto em todo o mundo, abrangendo uma área de cerca de 33.600 hectares e empregando mais de 1.400 pessoas a nível local.

A mina, que suspendeu as suas operações no início do ano passado por causa de tensões sociais depois das eleições gerais, recomeçou a trabalhar em janeiro de 2024. No entanto, episódios de violência recententemente ocorreram, culminando numa tentativa de invasão da vila da MRM, provocando a morte de duas pessoas. Este ambiente instável resultou na relocação de alguns dos 500 funcionários da mina.

A Gemfields é reconhecida como líder na mineração responsável e na comercialização de pedras preciosas. Além da MRM, possui 75% da mina de esmeralda Kagem, na Zâmbia, e tem licenças em várias outras regiões, incluindo na Etiópia. As pedras preciosas da empresa são altamente valorizadas por marcas de luxo e designers de prestígio em todo o mundo.