Economia

Falhas nos Planos de Defesa Revelam Vulnerabilidades no Apagão Elétrico ibérico

há 6 horas

Investigação europeia destaca a incapacidade dos planos de defesa do sistema elétrico para evitar o apagão em Portugal e Espanha, ocorrida em abril, e aponta para uma revisão urgente das medidas de segurança.

Falhas nos Planos de Defesa Revelam Vulnerabilidades no Apagão Elétrico ibérico

O comité de peritos da ENTSO-E, encarregado de avaliar o apagão elétrico que afetou a Península Ibérica a 28 de abril, está a examinar as razões pelas quais os planos de defesa do sistema falharam em conter a crise. Segundo a atualização divulgada na última sexta-feira, os dados recolhidos indicam que as flutuações de potência e frequência na Área Síncrona Continental Europeia, ocorridas meia hora antes do apagão, contribuíram significativamente para o colapso do sistema.

Os investigadores reportaram que, apenas um minuto antes do evento, ocorreram "interrupções na geração elétrica no sul de Espanha", levando a um aumento repentino da tensão em ambos os países. Esta sobretensão provocou uma cascata de perdas de geração que resultou numa queda da frequência no sistema elétrico ibérico.

O relatório revela que, neste ponto crítico, Portugal e Espanha começaram a "perder a sincronização com o sistema europeu". Embora os planos de defesa tenham sido ativados poucos segundos antes do apagão, falharam em prevenir o colapso, apesar de estarem elaborados segundo as obrigações legais.

Adicionalmente, as linhas aéreas de corrente alternada entre França e Espanha foram desligadas como medida de segurança, resultando no colapso simultâneo dos sistemas elétricos dos dois países.

O comité de peritos aplaudiu, no entanto, a rápida recuperação do fornecimento de eletricidade em ambos os países, destacando a capacidade de resposta e colaboração dos operadores de rede, como a Red Elétrica e a REN, juntamente com a assistência do RTE francês e da empresa marroquina ONEE.

Depois de concluir a análise dos dados, o comité elaborará um relatório final a ser enviado à Comissão Europeia e aos Estados-membros, que incluirá recomendações para a prevenção de futuros incidentes do género, com a entrega prevista até 28 de outubro.

A próxima reunião do painel de peritos está marcada para 23 de junho, enquanto o impacto do apagão já se fez sentir com a interrupção de voos, congestionamentos e escassez de combustíveis.

A análise preliminar sugere que uma perda abrupta de geração de energia solar pode ter sido uma das causas principais, mas as conclusões definitivas ainda estão a ser trabalhadas.

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#ApagãoElétrico #EnergiaSustentável #SegurançaEnergética