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Milhares de palestinianos forçados a abandonar campos de refugiados por ofensivas israelitas

há 1 dia

A Amnistia Internacional revela que Israel provocou o maior deslocamento de palestinianos na Cisjordânia nos últimos 58 anos ao demolir habitações e infraestruturas civis.

Milhares de palestinianos forçados a abandonar campos de refugiados por ofensivas israelitas

A Amnistia Internacional denunciou, no âmbito do Dia da Naksa, que Israel têm levado a cabo, nos últimos quatro meses, a expulsão forçada de milhares de palestinianos através da destruição de casas e infraestruturas nos campos de refugiados, resultando no maior deslocamento na Cisjordânia desde 1967.

A organização sublinha que a ofensiva militar israelita iniciada em março teve como alvo áreas como os campos de refugiados de Jenin e Tulkarem, tornando estas zonas inabitáveis. Através de um comunicado, a Amnistia deu conta de que, entre janeiro e junho deste ano, as forças israelitas mataram pelo menos 80 palestinianos, incluindo 14 crianças, no norte da Cisjordânia.

A diretora sénior de Investigação da Amnistia, Erika Guevara Rosas, destacou que a transferência ilegal de civis representa uma grave violação da Quarta Convenção de Genebra e um crime de guerra. "Israel deve imediatamente pôr fim a estas práticas ilegais que provocam deslocamento forçado, incluindo os ataques a áreas residenciais e a destruição de propriedades", reclamou.

Guevara também mencionou que algumas ações correspondem a punições coletivas, o que é igualmente proibido pela legislação internacional. Observações de comités populares dos campos de refugiados revelaram que cerca de 40 mil pessoas foram deslocadas, metade delas do campo de Jenin.

Além disso, a Amnistia Internacional reporta um aumento drástico nas detenções, com cerca de mil palestinianos detidos em Jenin e Tulkarem desde o início da operação militar. As forças israelitas declararam algumas das áreas como zonas militares fechadas, restringindo severamente o acesso dos residentes aos seus lares.

Um incidente notável ocorreu a 21 de maio, quando uma missão diplomática de mais de 20 países, incluindo Portugal, foi alvo de fogo enquanto visitava Jenin. Erika Guevara fez um apelo à comunidade internacional para responsabilizar Israel pelas violações cometidas contra os palestinianos, enfatizando a necessidade de ações concretas que refletem as declarações anteriores.

A diretora concluiu que a situação exige que todos os países cessem imediatamente o fornecimento de armas a Israel e que apoiem o Tribunal Penal Internacional nas investigações sobre crimes perpetrados na Palestina.

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#DireitosHumanos #CrisisHumanitária #PazJusta