Cultura

"Luís Godinho: A arte de dar voz através da fotografia"

há 1 dia

O fotógrafo açoriano Luís Godinho recebeu novamente um prémio nos FEP Awards 2025. Em entrevista, partilha a história por detrás das suas obras e o seu compromisso com os direitos humanos.

"Luís Godinho: A arte de dar voz através da fotografia"

O prestigiado fotógrafo açoriano Luís Godinho foi recentemente reconhecido pela Federação Europeia de Fotógrafos (FEP) ao conquistar a Câmara de Prata na categoria de Reportagem / Fotojornalismo, numa cerimónia que teve lugar em Copenhaga, Dinamarca, a 26 de abril. Este é o seu sétimo ano consecutivo no pódio dos FEP Awards 2025.

Natural da bela cidade de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, Luís tem acumulado um impressionante currículo que inclui uma 'câmara de bronze', quatro de prata e duas de ouro. As suas fotografias premiadas este ano, que captam momentos do continente africano, contam histórias profundamente humanas.

Em conversa com o Notícias ao Minuto, Luís expressou o seu orgulho e motivação em continuar a sua missão. “Os prémios trazem algum reconhecimento e uma certa visibilidade ao nosso trabalho, o que pode ajudar a abrir portas. No entanto, o que realmente me impulsiona é contar histórias, em especial as que se relacionam com os direitos humanos”, revelou.

Quando questionado sobre como escolhe as fotografias que apresenta a concurso, Luís partilhou que busca imagens com forte narrativa, embora não seja a sua principal motivação. “Às vezes, as melhores imagens são aquelas que guardamos sem saber a sua importância até ao momento certo”, afirmou.

Das três fotografias selecionadas para este ano, cada uma possui uma ligação especial. A primeira foi capturada durante uma missão humanitária no Senegal em 2016, retratando uma menina que se tornou um símbolo para Luís, pois foi a primeira criança nascida no hospital construído pela AMI. A segunda imagem retrata um menino em São Tomé e Príncipe, que se dedica a ajudar os pais enquanto brinca com amigos. A terceira, por sua vez, é de um menino albino, Edmilson, que Luís tem apoiado ao longo do tempo, mostrando o potencial da fotografia como agente de mudança.

“O que mais me fascina a fotografar são realmente as pessoas e as suas histórias. Cresci num ambiente familiar grande, onde as relações e as narrativas são valorizadas”, comentou Luís. “Sinto que com a minha arte posso dar voz a quem não a tem e inspirar os outros a serem melhores.”

Para o futuro, Luís planeia retornar a São Tomé e Príncipe, mas também se dedica a projetos fotográficos nos Açores, abordando temas invisibilizados que precisam de ser discutidos.

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#FotografiaHumanitária #DarVoz #LuísGodinho