O Irão adverte que poderá diminuir a sua colaboração com a AIEA se for aprovada uma resolução desfavorável durante o conselho de governadores que se realiza em Viena.
O Irão expressou hoje a sua preocupação, afirmando que está disposto a diminuir a sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) caso uma resolução desfavorável ao país seja aprovada na próxima reunião do conselho de governadores, prevista para segunda-feira em Viena.
Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atómica do Irão, declarou num programa da televisão estatal que "a AIEA não deve esperar que a República Islâmica continue a sua cooperação ampla e amigável" se a resolução anti-Irão avançar.
Fontes diplomáticas indicam que o grupo E3 (Reino Unido, França e Alemanha) e os Estados Unidos planeiam submeter uma resolução ao conselho da AIEA, com a possibilidade de levar a situação à consideração das Nações Unidas caso a resposta de Teerão não seja satisfatória.
Este texto, elaborado por Washington e os aliados europeus, baseia-se num relatório recente da AIEA, e a votação para a sua aprovação está agendada para quarta-feira. Nele, a AIEA apela a uma maior transparência por parte de Teerão quanto ao seu programa nuclear.
Nos últimos meses, o Irão intensificou a produção de urânio enriquecido a 60%, um nível que se aproxima dos 90% necessários para a criação de uma arma nuclear.
França, Reino Unido e Alemanha são signatários do acordo de supervisão do programa nuclear iraniano estabelecido em 2015, que foi abandonado unilateralmente pelos Estados Unidos em 2018, durante a presidência de Donald Trump.