Política

Investigação sobre cirurgias no SNS: responsabilidade deve ser assumida pela tutela

há 2 dias

O candidato à liderança do PS, José Luís Carneiro, defendeu que as investigações em curso às cirurgias adicionais no SNS devem levar ao apuramento de responsabilidades pela tutela política.

Investigação sobre cirurgias no SNS: responsabilidade deve ser assumida pela tutela

O deputado e aspirante a secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, manifestou-se hoje em Aveiro sobre as investigações em andamento relativas a cirurgias adicionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Segundo Carneiro, “o apuramento de responsabilidades é crucial, e estas devem ser assumidas por quem detém a tutela política do Ministério da Saúde”.

O deputado falava à agência Lusa, na ocasião da apresentação da candidatura autárquica de Alberto Souto à Câmara de Aveiro, no centro Polivalente de Nossa Senhora de Fátima, na União de Freguesias de Requeixo, Nossa Senhora de Fátima e Nariz.

Embora não tenha abordado diretamente a formação do novo Governo nem a possível recondução de Ana Paula Martins no Ministério da Saúde, enfatizou a necessidade de assegurar que o Governo “garanta as condições de regulação de um instrumento criado para responder a picos na procura de cirurgias”.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) lançou um inquérito à prática de cirurgias adicionais no SNS após a revelação de um caso envolvendo um dermatologista que terá recebido 51 mil euros num único dia de trabalho no Hospital de Santa Maria e 400 mil euros em dez sábados de trabalho adicional agendados para 2024. O Ministério Público também está a investigar o caso.

Carneiro salientou que “é essencial garantir que os recursos públicos, que aumentaram consideravelmente desde a pandemia, sejam geridos de forma que todos possam usufruir dos serviços do SNS”. O deputado socialista também referiu que o Governo deve assegurar “códigos de isenção, imparcialidade e defesa do interesse público”, reforçando que este é um compromisso de um Governo que valoriza a transparência e os princípios republicanos.

O político apelou ainda à valorização do Centro de Responsabilidade Integrada, criado em 1999 sob a tutela de Maria de Belém e aperfeiçoado por outros ministros, como Correia de Campos e os sucessores de António Costa. Este centro, segundo Carneiro, é fundamental para assegurar uma gestão eficiente dos recursos e para priorizar as necessidades de saúde pública.

Sobre o anúncio de Rui Rio como mandatário da candidatura de Henrique Gouveia e Melo à presidência, Carneiro preferiu não comentar, assim como evitou sobre o posicionamento do PS nas eleições presidenciais.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já se pronunciou sobre o caso do dermatologista, comentando que as alegações “não contribuem nada para a confiança dos portugueses”. Reconheceu, ainda, algumas falhas no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), que é suscetível a “incentivos perversos”, lamentando as investigações em curso.

O Ministério da Saúde também destacou que, durante o período em que Ana Paula Martins foi presidente do Hospital de Santa Maria, não houve reporte de anomalias relacionadas com as cirurgias adicionais, e que a supervisão cabia ao diretor clínico.

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