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Inquérito ao Caso Hugo Soares: MP e IGAS em Ação

há 1 dia

O Ministério Público investiga alegado favorecimento na cirurgia de Hugo Soares no Hospital de Santo António, Porto, em 2024, enquanto a IGAS também dá seguimento ao caso.

Inquérito ao Caso Hugo Soares: MP e IGAS em Ação

O Ministério Público (MP) iniciou um inquérito-crime relacionado com a cirurgia do secretário-geral do PSD, Hugo Soares, realizada no Hospital de Santo António, no Porto. Esta informação foi divulgada pelo Expresso e posteriormente confirmada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

A PGR revelou que "a instauração do inquérito está a ser conduzida pelo DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] Regional do Porto", e acrescentou que o caso se encontra sob segredo de justiça.

Recentemente, o MP já havia reconhecido a recepção de uma denúncia contra Hugo Soares, identificando alegações de favorecimento no acesso a uma cirurgia programada durante o verão do ano passado, conforme comunicado pelo Correio da Manhã.

A par das investigações do MP, a Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS) também está a analisar a situação. O Notícias ao Minuto contactou a IGAS e aguarda resposta.

Segundo os relatos, Hugo Soares teria sido admitido com prioridade para uma cirurgia ao cólon, realizada em julho do ano passado, apenas um mês e uma semana após entrar na lista de espera. As suspeitas emergem de uma consulta que ocorreu no sector privado e apontam para o papel do diretor do departamento de cirurgia do hospital, Eurico Castro Alves.

Em declarações ao Expresso, Jorge Barros, diretor clínico do Hospital de Santo António, refutou as alegações, afirmando que "a denúncia anónima contém pressupostos errados ou gravemente adulterados". No entanto, admitiu não ter conhecimento se um médico do seu departamento tinha atendido o político no sector privado.

Barros detalhou que Hugo Soares esteve nas urgências do hospital a 13 de julho de 2024, recepcionado com uma pulseira amarela e encaminhado para a especialidade em cirurgia geral. O diagnóstico indicou uma doença inflamatória aguda, que exigia intervenção cirúrgica não emergente, mas prioritária. Depois de cinco horas de observação, foi referido para a Unidade Colorretal do Serviço de Cirurgia, com a cirurgia a ocorrer dentro do prazo máximo garantido para casos prioritários não oncológicos, estipulado em dois meses.

A análise anatomopatológica revelou lesões agudas na peça anatómica retirada, sublinhando assim a necessidade clínica da operação. Jorge Barros entregou documentação à IGAS para respaldar a análise.

Hugo Soares ainda não comentou publicamente o caso, mas, em uma anterior declaração ao Correio da Manhã, reiterou que não violou "nenhuma regra" ou recebeu "favores" especiais.

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