O MUDE de Lisboa apresenta, a partir de 6 de Junho, uma exposição sobre Vivienne Westwood, abrangendo 50 peças icónicas, focando-se na sua visão subversiva da moda britânica.
O MUDE - Museu do Design, situado em Lisboa, abre as portas a uma exposição memorável dedicada à renomada designer britânica Vivienne Westwood, com o título "Vivienne Westwood: O salto da tigresa", a partir do dia 06 de junho. Esta mostra inclui cerca de 50 peças, que vão desde vestuário e acessórios até ilustrações, fotografias e livros.
Com a curadoria da historiadora de moda Anabela Becho, a exposição explora elementos centrais do pensamento de Westwood, como a sua abordagem subversiva ao tartan e aos tweeds, além da sua reinterpretação da alfaiataria clássica. O conceito 'Salto do Tigre' do filósofo Walter Benjamin inspira esta apresentação, que destaca como a designer britânica mergulhou no passado para moldar a sua identidade única e criar visuais inovadores na moda contemporânea.
Além de expor peças da Coleção Francisco Capelo, pertencentes ao fundo do MUDE, a mostra analisa a forma como Westwood reinterpretou e reinventou elementos tradicionais de vestuário, como a crinolina e o corpete, propondo silhuetas esculturais e audaciosas.
Nascida a 8 de abril de 1941, Vivienne Isabel Swire, conhecida como Vivienne Westwood, faleceu a 29 de dezembro de 2022. A sua carreira na moda começou na década de 1970, destacando-se pela criação de roupas andróginas e pela sua crítica ao sistema estabelecido.
Em 1971, fundou a sua primeira loja na King's Road, em Londres, junto com Malcolm McLaren, que mais tarde se tornaria agente dos Sex Pistols. O estabelecimento foi rebaptizado várias vezes, refletindo o espírito irreverente da época.
Após o fim dos Sex Pistols, apresentou a sua primeira coleção individual em 1981, intitulada "Pirate", considerada uma das precursoras do movimento neorromântico. Ao longo da carreira, utilizou as suas coleções e desfiles como plataformas para promover um mundo melhor, defendendo o lema 'buy less, choose well, make it last'.
Westwood expressou-se frequentemente sobre as mudanças climáticas e os perigos do consumo excessivo, apoiando diversas causas e organizações, como a Amnistia Internacional e a Greenpeace, e fundou o movimento Climate Revolution. Em 2014, declarou que as alterações climáticas eram a sua principal preocupação.
Apesar do seu impacto provocador na moda, foi agraciada com a Ordem do Império Britânico em 1992 e, em 2006, nomeada Dama, reconhecendo o seu contributo para as artes e a indústria da moda.
A exposição "Vivienne Westwood: O salto da tigresa" permanecerá no MUDE até 12 de outubro.