Cultura

APEL surpreendida com protestos de editoras independentes na Feira do Livro de Lisboa

há 12 horas

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros expressa surpresa face às queixas de editoras menores sobre a falta de espaço na Feira do Livro de Lisboa, em contraste com grandes grupos editoriais.

APEL surpreendida com protestos de editoras independentes na Feira do Livro de Lisboa

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), responsável pela organização da Feira do Livro de Lisboa, manifestou surpresa perante as queixas de editoras independentes, que acusam a associação de limitar o aumento de pavilhões, enquanto grupos editoriais maiores e áreas de restauração continuam a expandir os seus espaços.

Ao longo dos anos, várias editoras de menor dimensão, como Orfeu Negro, Tinta-da-China e Relógio d'Água, expressaram à agência Lusa que os seus pedidos para um aumento do espaço foram sistematicamente rejeitados, o que se reflete, segundo elas, nas vendas e na promoção de livros. A APEL defendeu-se, afirmando que esteve disponível para dialogar e esclareceu que a atribuição de pavilhões é realizada de forma transparente e com base em critérios objetivos.

A APEL explicou que, devido ao elevado número de solicitações, foi necessário realizar uma seleção cuidadosa, levando em conta a diversidade dos catálogos e as especificidades dos projectos a serem apresentados. Embora reconheça que a procura superou a oferta, reiterou a importância de priorizar a literatura em língua portuguesa e a promoção da leitura.

As editoras manifestaram preocupação com a diminuição do espaço disponível para destacar obras de relevância, incluindo géneros populares como ilustração e Banda Desenhada. Leonor Rodrigues, da Orfeu Negro, lamentou que a sua petição por um terceiro pavilhão tenha sido recusada pelo terceiro ano consecutivo. Da mesma forma, a Tinta-da-China informou que há cinco anos solicita um pavilhão adicional, sem sucesso, e aponta a ocupação espacial por grandes grupos como um obstáculo ao crescimento das editoras independentes.

No que diz respeito ao espaço total, a Feira do Livro de Lisboa atingiu uma capacidade máxima de 350 pavilhões no ano passado, número que se manteve este ano, no entanto, com uma queda no número de editoras representadas. Os dados da APEL mostram que houve 140 participantes no ano passado, caindo para 133 este ano, com um aumento do número de chancelas de grandes grupos editoriais.

A APEL anunciou também a expansão da área de restauração, que se tornou ainda mais proeminente. Segundo o mapa da feira, o grupo editorial Leya conta com 39 pavilhões, o Grupo Porto Editora e Bertrand Círculo com 30, e a Editorial Presença com 20.

Num tom otimista, a APEL declarou que está empenhada em corrigir gradualmente qualquer distorção, para que a atribuição de espaços se torne cada vez mais justa e equilibrada, reiterando o seu compromisso com a continuidade da Feira do Livro como o principal evento cultural do país.

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