Israel apresenta túnel em Khan Yunis, afirmando ter encontrado corpo do líder do Hamas, Mohammed Sinwar. Hamas nega a versão, acusando Israel de manipulação.
O exército israelita revelou hoje durante uma conferência de imprensa em Gaza a descoberta de um túnel situado sob o hospital europeu de Khan Yunis, onde afirma ter encontrado o corpo de Mohammed Sinwar, líder do Hamas, cuja morte foi anunciada no final de maio.
Ao mostrar aos jornalistas um buraco no chão que faz parte da rede de túneis do grupo extremista, o porta-voz militar, Effie Defrin, afirmou: "Localizámos, debaixo do hospital, exatamente sob a sala de urgências, um complexo com várias salas, onde encontramos o corpo de Mohammed Sinwar, que eliminámos. Podemos apresentar provas disto". Os jornalistas presentes tiveram acesso a esta localização, sendo que Israel não permite a entrada de reportagens há 20 meses na região.
Além disso, o exército israelita fez menção à descoberta de grande quantidade de munições, arsenais de armas e dinheiro ao longo da rede subterrânea.
Para validar a identidade de Sinwar, Defrin revelou que já foram realizados testes de ADN ao seu corpo.
No entanto, o Hamas refutou esta narrativa, acusando Israel de conduzir uma operação de propaganda direcionada à imprensa internacional. "Os peritos concluem que as forças de ocupação escavaram o solo e colocaram um tubo, filmando depois uma cena encenada nas proximidades do hospital", declarou o Hamas em comunicado.
Mohammed Sinwar era considerado pelo exército israelita como sendo o sucessor do seu irmão, Yahya, na liderança do Hamas. A morte de Sinwar foi confirmada pelo exército no final de maio, após uma operação conjunta de ataque aéreo nas imediações do hospital.
A 7 de outubro de 2023, Israel instaurou uma guerra na Faixa de Gaza para "aniquilar" o Hamas, após o grupo ter realizado um ataque sem precedentes em território israelita que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas, principalmente civis, e no sequestro de 251 indivíduos.
Os confrontos na Faixa de Gaza já causaram quase 55.000 mortes, a maioria civis, com cerca de 125.000 feridos e pelo menos 11.000 pessoas desaparecidas, presumivelmente soterradas sob os escombros, além das mortes por doenças, infecções e fome, segundo dados atualizados das autoridades locais, considerados fiáveis pela ONU.